Um dos países que formam os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e dono da 6ª maior economia do mundo, o Brasil não tem nenhuma universidade entre as 10 melhores de 22 países emergentes, segundo um ranking internacional feito elaborado consultoria britânica de educação superior Times Higher Education (THE).
A inédita pesquisa “Brics & Economias Emergentes” gerou uma lista das 100 instituições mais fortes das nações em desenvolvimento.
Conheça as melhores universidades dos países emergentes.
Para o estudo, a THE levou em conta não só os cinco membros dos Brics, mas também 17 outras economias emergentes. Das 100 instituições de ensino da lista, apenas quatro são brasileiras. A melhor posicionada no ranking entre as nacionais é a USP, em 11º lugar, seguida pela Unicamp, em 24º. Bem mais abaixo na tabela estão as outras duas universidades brasileiras: UFRJ, em 60º, e Universidade Estadual Paulista (Unesp), em 87º.
Para o editor da THE, Phil Baty, o desempenho do Brasil não condiz com o tamanho de sua economia. Mesmo elogiando o programa Ciência Sem Fronteiras, que dá bolsas de intercâmbios para brasileiros estudarem no exterior, e dizendo que o programa pode gerar indicadores positivos em longo prazo, Baty definiu o resultado nacional como “decepcionante”. Segundo ele, os pontos fracos das universidades brasileiras estão na pesquisa e na publicação de artigos em inglês, fatos que estariam entrelaçados:
- As pesquisas do Brasil não têm o mesmo impacto que alguns concorrentes dos Brics. Não são tão amplamente lidas e compartilhadas, o que sugere que sejam de qualidade inferior. E parte do problema pode ser a falta do inglês: muitos países adotaram a publicação em língua inglesa para garantir que a investigação seja compartilhada e compreendida em todo o mundo, e que suas universidades recebam o devido reconhecimento pelo seu trabalho inovador - ressalta o editor da THE.
Por continente, África e Américas aparecem com nove universidades, cada. Para a consultoria, o grande destaque do ranking ficou com a Turquia, que não só tem sete instituições na lista, como também três delas aparecem dentre as 10 primeiras: Universidade de Boðaziçi (5º), Universidade Técnica de Istambul (7º) e Universidade Técnica do Oriente Médio (9º).
Assim como em outros rankings elaborados pela consultoria, a metodologia da pesquisa foi baseada em 13 indicadores divididos entre as seguintes áreas: ensino (30% da pontuação geral do ranking) leva em consideração qualidade e reputação do ensino praticado; pesquisa (30%) mede a relevância das pesquisas desenvolvidas; citações (30%) é a frequência com que trabalhos da universidade são citados em pesquisas ao redor do mundo; presença na indústria (2,5%) mede a utilização de tecnologias e ideias desenvolvidas pelas universidades nas industrias; e perspectiva internacional (7,5%), leva em consideração a diversidade de alunos de diferentes origens dentro da universidade.
05 de dezembro de 2013
LEONARDO VIEIRA - O Globo
Nenhum comentário:
Postar um comentário