Investidores ameaçam fugir do Brasil, e bancos temem pagar R$ 150 bi por confiscos da poupança
22 de janeiro de 2013
Está escancarada a temporada de terrorismo econômico pré-eleitoral? Ontem circulou nos meios políticos o conteúdo negativo de uma pesquisa, atribuída à agência Bloomberg, informando que 750 grandes investidores ameaçam deixar negócios no Brasil, em curto prazo. Se a intenção se concretizar, a temporada petralha no poder pode estar mais perto do fim do que pode supor a vã filosofia das manipuladas pesquisas de opinião. E, para atrapalhar, os efeitos das prisões de mensaleiros continuam repercutindo contra o desgoverno...
O motivo alegado pelos investidores é óbvio: a alta carga de impostos, principalmente os custos trabalhistas e de mão de obra. O problema é agravado por decisões desfavoráveis da Justiça e da ação pesada da Receita Federal na aplicação de elevadas multas e encargos a quem joga dinheiro no grande cassino capimunista tupiniquim. Embora as reclamações sejam justas e objetivas, tal ameaça sempre acontece na antevéspera das eleições brasileiras. O fato preocupante é que qualquer mudança súbita na economia dos EUA pode concretizar tal fuga de investimentos.
Já são fortes os indícios de que a grana pode fugir. O fluxo cambial voltou a ficar negativo na semana passada. A saída de dólares superou a entrada em US$ 3,3 bilhões (apenas entre os dias 11 e 14 de novembro). Dois terços da grana que escapou daqui se relaciona a operações financeiras. Empresas fizeram remessas de lucros, pagamentos por serviços externos e até investimentos em outros lugares. A balança, com importações superando as exportações, também contribuiu para as perdas. Como ninguém acredita no equilíbrio fiscal brasileiro, o problema pode se agravar.
O terrorismo econômico ganhou mais um ingrediente explosivo com a confirmação de que o Supremo Tribunal Federal vai julgar, na quarta-feira que vem, a correção das cadernetas de poupança nos planos Bresser (1987), Verão (1989), Collor 1 (1990) e Collor 2 (1991). Agora, são os banqueiros que chiam porque a conta das indenizações pode chegar a R$ 149,9 bilhões. A chantagem dos bancos – sempre prontos a lucrar fácil, mas sempre reativos na hora de pagar suas contas com a sociedade – afeta o humor da Presidenta Dilma Rousseff e de sua equipe econômica.
Como o valor das indenizações chega a quase um terço dos R$ 480 bilhões do patrimônio do lucrativo sistema bancário brasileiro, até dirigentes do Banco Central do Brasil estão preocupados. Os bancos só fizeram provisões de R$ 18 bilhões nos balanços para pagar a conta de mais de 1 milhão de ações individuais e mil ações coletivas que já rolam, há mais de 20 anos, nos tribunais – com ganhos de causa aos poupadores.
Tais incertezas econômicas é que podem levar o governo, novamente, a adiar o tão esperado anúncio do aumento dos combustíveis. A reunião do Conselho de Administração da Petrobras, que pode acontecer na quinta ou sexta-feira que vem, pode gerar mais um incômodo ao mercado, se o governo for forçado a não fazer os reajustes da gasolina e do diesel agora – como é pressão-reivindicação dos investidores da Petrobras.
Concretamente, a vaca do governo está indo para o brejo. Mas, na propaganda oficial, a economia brasileira continua no melhor dos mundos. Até quando a farsa propagandística vai durar é a pergunta cuja resposta vale uma reeleição. Pior que a crise concreta é a bronca de Dilma Rousseff com a interferência de Luiz Inácio Lula da Silva nas articulações político-econômicas. Lula escalou Antônio Palocci para conversas com empresários. Só que o ex-ministro tem falado mal da política econômica e, pior ainda, do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
A sucessão de 2014 promete grandes emoções, confusões e traições. O purgatório, que começa pela gestão econômica, logo chega à política. O PT só continua absoluto no poder se a “oposição” for incompetente.
Pergunta idiota
Será que a economia brasileira é mais saudável que o José Genoíno?
Efeito “estamos juntos”
Exército sem salvação
Isonomia, já
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
22 de janeiro de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário