"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

E FOI PRO VINAGRE A RESPONSABILIDADE FISCAL...

Na Calada da Noite Governo Acaba de vez com a Responsabilidade Fiscal: O que podemos esperar em 2015?

Amigos, não é fácil pensar numa maneira de piorar a situação fiscal brasileira... mas acreditem: o governo conseguiu!!!! Enquanto o Brasil parava para ver a final da Copa do Brasil, adivinhem o que aconteceu em Brasília??? O Congresso aprovou um projeto que muda as regras do superávit primário (de novo)!!!!
O governo não consegue cumprir suas metas, o que ele faz? Muda as metas!!! Parece aquela piada do cara que vai ao médico e ouve: "O Sr. precisa comer menos gordura, parar de beber cerveja, e fazer mais exercícios"... em vez de seguir o médico o cara muda de médico!!!! Esse é o governo brasileiro.
 
Por favor, leiam o link acima. Olha que beleza: "O governo central - composto pelo Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - teria como meta para o ano economizar R$ 73 bilhões, caso tivesse que arcar apenas com a conta da União. Até setembro, contudo, só poupou R$ 26,7 bilhões - o que já indica dificuldade para cumprir a própria meta". Estão notando o tamanho do rombo fiscal???? Com a nova lei a União não será mais obrigada a cumprir a parte do superávit não cumprida pelos estados e municípios. Resumindo, qual o estímulo que a União terá para forçar estados e municípios a economizar?
 
Por favor, não me compreendam mal. Eu sou favorável a que estados e municípios tenham liberdade fiscal e tributária. Mas isso deve fazer parte de um amplo conjunto de medidas, que inclusive DESOBRIGUE a União de socorrer estados e municípios falidos. Mas do jeito que a lei é hoje é simplesmente absurdo permitir alto grau de endividamento dos estados, pois a União em última instância será obrigada a honrar tais dívidas. Ou seja, o estado (ou município) gasta e quem paga a conta é o resto do país... adivinhem que tipo de estímulo isso gera??? Gera um enorme estímulo para que todos se endividem.
 
Pode parecer coisa de chato, mas quando ocorreu a renegociação da dívida dos estados (e municípios) e o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal (ainda no governo FHC) EU AVISEI QUE DARIA ERRADO JUSTAMENTE PELOS MOTIVOS QUE ESTÃO OCORRENDO HOJE!!!!! Meu amigo Roberto Ellery é testemunha disso. Eu avisei que o caminho certo era outro: a União não devia interferir nas decisões de estados e municípios, mas também não deveria pagar pela conta.
 
Na prática, a medida aprovada hoje no Congresso nos leva de volta a situação de 1999: a União não terá controle (ou vontade política) suficiente sobre a dívida de estados e municípios, mas em última instância será responsável pelas mesmas. Resumindo: acabou-se, oficialmente, a responsabilidade fiscal em nosso país.
 
Por fim, o que esperar de 2014? 2014 será o ano com o RECORDE MUNDIAL de greves no Brasil.... polícia federal, companhias de luz, água, esgoto, DETRAN, aeroviários, entre outros entrarão em greve. Afinal, as vésperas da Copa do Mundo, e sem preocupação com a solvência fiscal, o governo ficará refém de todos esses movimentos grevistas. Governos estaduais preocupados com a eleição, governo federal preocupado com a eleição... o gasto público baterá recordes!!!!
 
Em 2015 será a hora de pagar a conta. E ela será bem alta.
 
22 de setembro de 2013
Adolfo Sachsida

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