"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 2 de novembro de 2013

COMBUSTÍVEIKS FAZEM BALANÇA COMERCIAL SER A PIOR DESDE 1998

Deficit até outubro é de US$ 1,8 bi; no mês passado, saldo ficou negativo em US$ 224 milhões, puxado pelos combustíveis.  Governo prevê que balança vai fechar o ano no azul; desde 2000, Brasil não tem deficit no comércio exterior

A importação de combustível fez a balança comercial comercial voltar a ficar no vermelho em outubro, após dois meses seguidos de saldo positivo, e o deficit acumulado no ano é de US$ 1,8 bilhão, o maior rombo para o período desde 1998.
 
O deficit comercial do mês passado ficou em US$ 224 milhões, o pior resultado para o período desde 2000. Analistas estimavam superavit de US$ 1,2 bilhão para o mês.
 
Mais uma vez o mau desempenho da conta petróleo, que registra as importações e exportações de óleo bruto e combustíveis derivados, foi o fator determinante para o resultado negativo da balança.
 
Em outubro, as importações desses produtos foram 82% maiores que no mesmo mês de 2012. Já as exportações cresceram apenas 8,4%.
 
As compras externas de petróleo e derivados têm crescido no ano porque a produção da Petrobras não está acompanhando o aumento da demanda interna.
 
Segundo o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Daniel Godinho, o resultado de outubro foi especialmente impactado pela manutenção de uma refinaria da estatal em São José dos Campos (SP), que ficou parada de 19 de setembro até o fim de outubro.
 
No acumulado do ano, a diferença entre importações e exportações da conta petróleo está negativa em US$ 18,9 bilhões. Já o saldo dos demais produtos está positivo em US$ 17,1 bilhões.
 
O deficit de outubro, na realidade, foi ainda maior. Isso porque os cálculos levam em conta a exportação de uma plataforma, avaliada em US$ 1,9 bilhão, que nunca deixou o país.
 
As plataformas são "exportadas" para subsidiárias da Petrobras no exterior e depois alugadas pela estatal, numa operação legal que dá benefícios fiscais.
 
 
Neste ano, as exportações incluem vendas de US$ 4,7 bilhões de plataformas que nunca deixaram o país.
 
Essa não é a única distorça presente na balança comercial por motivos contábeis. As importações de combustíveis estão infladas em US$ 4,5 bilhões devido a compras do ano passado que só foram registradas nesse ano.
 
ANO POSITIVO
 
Apesar de faltarem só dois meses, Godinho manteve sua avaliação de que o resultado da balança comercial deve fechar 2013 no azul --desde 2000, o Brasil não tem deficit no comércio exterior.
 
Sua expectativa é de uma melhora na conta petróleo, puxada por uma aumento da produção da Petrobras no fim deste ano. Além disso, explicou, a entressafra da produção agrícola deve diminuir o consumo de combustíveis por caminhões e colheitadeiras.
 
Para Godinho, o dólar mais caro também deve ajudar na reversão do resultado, na medida em que encarece as importações e torna o produto nacional mais competitivo.

02 de novembro de 2013
MARIANA SCHREIBERDE - Folha de São Paulo

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