"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 1 de março de 2019

PRINCIPAIS PROTAGONISTAS PARA A RETOMADA DO CRESCIMENTO ECONÔMICO

É um equívoco pensar que a recuperação da economia brasileira ocorrerá através de investimentos em prédios comerciais e residenciais, shopping centers, fábricas, galpões, por um simples motivo: permanece uma oferta grandiosa envolvendo esses setores no país, pelo fato de termos tido uma vasta expansão por um período de aproximadamente 10 anos. 
As nossas indústrias, de modo geral, continuam ociosas e praticamente vazias, com boa parte de seus maquinários parados. Numa circunstância dessas, o empresariado fica impossibilitado de pensar em investir, visando ampliar seus negócios
Com relação à infraestrutura, a questão já é bem diferente. Existem grandes carências em todo o território nacional, as quais estão relacionadas à capacidade dos setores de mobilidade urbana, principalmente saneamento, metrôs, ferrovias, rodovias e portos. 
Com a ausência de investimentos públicos e o recuo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), a grande possibilidade de expansão passa inicialmente pela agenda de Parcerias Público-Privadas (PPP’s) e concessões. O investimento virá por esse caminho e a recuperação do consumo também deverá dar uma boa contribuição. 
Após a eleição de Bolsonaro, os indicadores de expectativa já mostram uma acentuada melhora e poucas vezes se viu os empresários tão otimistas quanto ao futuro do Brasil, o que deverá favorecer o consumo das famílias. 
O desemprego começou a sinalizar o limiar da sua reversão, apesar das vagas informais e de baixa qualidade, as quais, mesmo assim, ajudam a fortalecer o consumo. A despencada da Selic (taxa básica da economia) vai concorrer para diminuir as dívidas das famílias e das empresas e, além disso, poderá direcionar poupanças para apoiar projetos de infraestrutura de longo prazo, através PP dasP’s e concessões. As exportações têm colaborado dentro do possível, por meio das commodities e do setor agrícola, embora apresentem baixa influência na alavancagem do PIB (Produto Interno Bruto). 
No momento, ajudam muito mais atraindo dólares pela via das commodities. Não estamos com um câmbio competitivo e as exportações industriais ainda não podem oferecer de forma robusta a sua efetiva participação na retomada da nossa atividade econômica. 
Ainda sob o âmbito da demanda, a nossa política fiscal continua contracionista, dificultando a expansão da economia. Estamos vivendo um modelo clássico que a literatura econômica explica - expansão monetária e contração do gasto público. 
Acontece que a ociosidade da economia, dessa vez, está violenta! Raciocinando sob a ótica da oferta, a expansão do PIB brasileiro ocorrerá, consequentemente, através de serviços e bens industriais relacionados ao consumo, por meio de obras e equipamentos ligados ao setor de infraestrutura e da produção de commodities e bens agrícolas. 
Portanto, tudo indica que a nossa recuperação será lenta e progressiva, já que o desemprego ainda se encontra elevado e os investimentos públicos se mantêm em mínimas históricas. Caso venhamos a ter uma apreciação cambial, obviamente o impulso industrial vai sofrer. 
A inflação continuará sob controle abaixo da meta prevista e os juros em níveis bem menores por um bom período.

01 de março de 2019
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador). 

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