É um equívoco pensar que a recuperação da economia brasileira ocorrerá
através de investimentos em prédios comerciais e residenciais, shopping
centers, fábricas, galpões, por um simples motivo: permanece uma oferta
grandiosa envolvendo esses setores no país, pelo fato de termos tido uma vasta
expansão por um período de aproximadamente 10 anos.
As nossas indústrias, de modo geral, continuam ociosas e praticamente vazias, com boa parte de seus maquinários parados. Numa circunstância dessas, o empresariado fica impossibilitado de pensar em investir, visando ampliar seus negócios.
Com relação à infraestrutura, a questão já é bem diferente. Existem grandes carências em todo o território nacional, as quais estão relacionadas à capacidade dos setores de mobilidade urbana, principalmente saneamento, metrôs, ferrovias, rodovias e portos.
Com a ausência de investimentos públicos e o recuo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), a grande possibilidade de expansão passa inicialmente pela agenda de Parcerias Público-Privadas (PPP’s) e concessões. O investimento virá por esse caminho e a recuperação do consumo também deverá dar uma boa contribuição.
Após a eleição de Bolsonaro, os indicadores de expectativa já mostram uma acentuada melhora e poucas vezes se viu os empresários tão otimistas quanto ao futuro do Brasil, o que deverá favorecer o consumo das famílias.
O desemprego começou a sinalizar o limiar da sua reversão, apesar das vagas informais e de baixa qualidade, as quais, mesmo assim, ajudam a fortalecer o consumo. A despencada da Selic (taxa básica da economia) vai concorrer para diminuir as dívidas das famílias e das empresas e, além disso, poderá direcionar poupanças para apoiar projetos de infraestrutura de longo prazo, através PP dasP’s e concessões. As exportações têm colaborado dentro do possível, por meio das commodities e do setor agrícola, embora apresentem baixa influência na alavancagem do PIB (Produto Interno Bruto).
No momento, ajudam muito mais atraindo dólares pela via das commodities. Não estamos com um câmbio competitivo e as exportações industriais ainda não podem oferecer de forma robusta a sua efetiva participação na retomada da nossa atividade econômica.
Ainda sob o âmbito da demanda, a nossa política fiscal continua contracionista, dificultando a expansão da economia. Estamos vivendo um modelo clássico que a literatura econômica explica - expansão monetária e contração do gasto público.
Acontece que a ociosidade da economia, dessa vez, está violenta! Raciocinando sob a ótica da oferta, a expansão do PIB brasileiro ocorrerá, consequentemente, através de serviços e bens industriais relacionados ao consumo, por meio de obras e equipamentos ligados ao setor de infraestrutura e da produção de commodities e bens agrícolas.
Portanto, tudo indica que a nossa recuperação será lenta e progressiva, já que o desemprego ainda se encontra elevado e os investimentos públicos se mantêm em mínimas históricas. Caso venhamos a ter uma apreciação cambial, obviamente o impulso industrial vai sofrer.
A inflação continuará sob controle abaixo da meta prevista e os juros em níveis bem menores por um bom período.
01 de março de 2019
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).
As nossas indústrias, de modo geral, continuam ociosas e praticamente vazias, com boa parte de seus maquinários parados. Numa circunstância dessas, o empresariado fica impossibilitado de pensar em investir, visando ampliar seus negócios.
Com relação à infraestrutura, a questão já é bem diferente. Existem grandes carências em todo o território nacional, as quais estão relacionadas à capacidade dos setores de mobilidade urbana, principalmente saneamento, metrôs, ferrovias, rodovias e portos.
Com a ausência de investimentos públicos e o recuo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), a grande possibilidade de expansão passa inicialmente pela agenda de Parcerias Público-Privadas (PPP’s) e concessões. O investimento virá por esse caminho e a recuperação do consumo também deverá dar uma boa contribuição.
Após a eleição de Bolsonaro, os indicadores de expectativa já mostram uma acentuada melhora e poucas vezes se viu os empresários tão otimistas quanto ao futuro do Brasil, o que deverá favorecer o consumo das famílias.
O desemprego começou a sinalizar o limiar da sua reversão, apesar das vagas informais e de baixa qualidade, as quais, mesmo assim, ajudam a fortalecer o consumo. A despencada da Selic (taxa básica da economia) vai concorrer para diminuir as dívidas das famílias e das empresas e, além disso, poderá direcionar poupanças para apoiar projetos de infraestrutura de longo prazo, através PP dasP’s e concessões. As exportações têm colaborado dentro do possível, por meio das commodities e do setor agrícola, embora apresentem baixa influência na alavancagem do PIB (Produto Interno Bruto).
No momento, ajudam muito mais atraindo dólares pela via das commodities. Não estamos com um câmbio competitivo e as exportações industriais ainda não podem oferecer de forma robusta a sua efetiva participação na retomada da nossa atividade econômica.
Ainda sob o âmbito da demanda, a nossa política fiscal continua contracionista, dificultando a expansão da economia. Estamos vivendo um modelo clássico que a literatura econômica explica - expansão monetária e contração do gasto público.
Acontece que a ociosidade da economia, dessa vez, está violenta! Raciocinando sob a ótica da oferta, a expansão do PIB brasileiro ocorrerá, consequentemente, através de serviços e bens industriais relacionados ao consumo, por meio de obras e equipamentos ligados ao setor de infraestrutura e da produção de commodities e bens agrícolas.
Portanto, tudo indica que a nossa recuperação será lenta e progressiva, já que o desemprego ainda se encontra elevado e os investimentos públicos se mantêm em mínimas históricas. Caso venhamos a ter uma apreciação cambial, obviamente o impulso industrial vai sofrer.
A inflação continuará sob controle abaixo da meta prevista e os juros em níveis bem menores por um bom período.
01 de março de 2019
Arthur Jorge Costa Pinto é Administrador, com MBA em Finanças pela UNIFACS (Universidade Salvador).
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