O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou em Salvador que “não há no Poder Judiciário ninguém mais honesto do que eu”. O discurso durante o Encontro Internacional Parlamentar realizado na Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (Alba), teve como diretriz a convocação da classe política para se levantar contra o que o ex-presidente considera ser os desmandos de setores da Justiça.
— Com que direito um menino que acabou de sair de faculdade de direito, que o pai bancou cursinho por três anos para passar em um concurso vai me colocar como suspeito? É por isso que não dou o direito. Estou me insurgindo contra isso. Muitas vezes a classe política tem medo, se acovarda. Quando um procurador vai para televisão dizer que queria invadir cada gabinete, a classe política deveria chamá-lo para explicar o que ele quer dizer com isso.
É INOCENTE – O discurso do ex-presidente durou pouco mais de uma hora, e Lula voltou a afirmar que não cometeu crime nenhum e que as acusações pelas quais foi condenado não encontram respaldo na legalidade, além de o processo não ser democrático.
— Não estou acima da lei, não quero estar acima da lei, mas tenho orgulho daquilo que fizemos para combater os crimes neste país. Tudo que fizemos foi com o pensamento de que quanto mais forte a instituição é, mais responsável são os membros dela. Mas as pessoas que estão utilizando disso para outros fins. Não sei quantos processo enfrentarei este ano porque eles não estão julgando o Lula estão julgando um modelo de gestão.
Em recado a setores da classe política que utilizaria da relação com o Judiciário para favorecimento pessoal, Lula declarou que foi o presidente que mais indicou ministros para o Supremo Tribunal e Superior Tribunal: — Mas não quero favor de ninguém. Nunca liguei e vou morrer sem pedir. Não é esse o papel. Não indiquei ninguém para me favorecer, mas sim para cumprir a Constituição e o que está escrito lá.
CONTRA DALLAGNOL – O ex-presidente voltou a criticar a apresentação do procurador do Ministério Publico Deltan Dallagnol sugerindo que os mais de dois milhões de filiados ao PT deveriam ter entrado com ações contra o procurador.
— Dizendo isso não estou afrontando a Justiça, estou defendendo meu caráter, minha honra. Reivindico que eles (ministros do STF) leiam o processo. Se apresentarem uma vírgula de crime, que eu seja condenado. Agora, se eu não cometi nenhum crime, esses meninos que pensam ser os donos da verdade deveriam ser exonerados.
PEDIR LICENÇA – Com tom apaziguador dentro da política, Lula ressaltou ainda a necessidade de unificar o discurso sob pena de o Poder Executivo ficar subordinado ao Judiciário.
— O governo, daqui a pouco, terá que pedir licença ao Ministério Público para indicar alguém. Se a gente não tiver orgulho do que a gente faz. Se não andar de cabeça erguida, qualquer um destrói a classe política brasileira.
Ao final do discurso o ex-presidente desafiou: — Mexeram com gosta de brigar. Eu acho que é uma oportunidade que temos para colocar as coisas no devido lugar. A classe politica tem que se fazer respeitar. O Judiciário tem que cumprir ipsi literis a Constituição. A Suprema Corte é garantidora desta regra. Se não for, todos nós estaremos perdidos neste País.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Devido ao fato de se tratar de mera repetição, a declaração de Lula não será inscrita no troféu Piada do Ano de 2018. O júri do concurso considerou desonesta a atitude de Lula, de tentar repetir a piada de que é o homem mais honesto do mundo. Mas ficam valendo muitas outras inscrições dele, que é altamente criativo e inventa anedotas a todo momento. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Devido ao fato de se tratar de mera repetição, a declaração de Lula não será inscrita no troféu Piada do Ano de 2018. O júri do concurso considerou desonesta a atitude de Lula, de tentar repetir a piada de que é o homem mais honesto do mundo. Mas ficam valendo muitas outras inscrições dele, que é altamente criativo e inventa anedotas a todo momento. (C.N.)
17 de março de 2018
Luiz Fernando Lima
O Globo
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