ATÉ AGORA, 119 PESSOAS FORAM CONDENADAS; ENTRE ELAS, FIGURAS IMPORTANTES DA POLÍTICA BRASILEIRA
Em quatro anos de Operação Lava Jato, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram 183 condenações contra 119 pessoas, contabilizando mais de 1,8 mil anos de pena só na Lava Jato do Paraná. Entre os condenados, estão figuras importantes como o ex-presidente Lula (PT). O petista foi condenado em julho do ano passado a 9 anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão foi do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba, que não decretou a prisão do ex-presidente.
As acusações do MPF contra Lula apontavam para o recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um tríplex no Guarujá (SP) e do armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016. Absolvido na última denúncia, Lula foi condenado pelo recebimento de R$ 2,2 milhões em propina no tríplex do Guarujá.
Em janeiro deste ano, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve a condenação em 2ª instância e aumentou a pena de nove para 12 anos. No entanto, Lula não pode ser preso até que se esgotem os recursos a seu favor. Se, depois desse processo, a condenação do petista ainda for mantida, Lula se torna inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.
Conheça outros condenados:
José Dirceu
O ex-ministro petista já foi condenado duas vezes na Lava Jato, somando 41 anos de prisão. José Dirceu foi condenado, em 2016, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Inicialmente condenado a 23 anos e três meses de prisão, teve a pena reduzida em dois anos e cinco meses. No entanto, o TRF-4 decidiu pelo aumento da pena, passando para 30 anos de prisão.
A segunda condenação veio no ano passado. Moro condenou mais uma vez o petista, dessa vez por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena foi de 11 anos e três meses de reclusão em regime fechado. Em fevereiro deste ano, o ex-ministro da Casa Civil virou réu pela terceira vez na Lava Jato. Segundo a denúncia do MPF, as construtoras Engevix Engenharia e UTC teriam repassado ao ex-ministro, por meio de contratos fraudulentos, pagamentos de R$ 900 mil e R$ 1,5 milhão, respectivamente.
Mesmo já tendo sido condenado a mais de 40 anos de prisão, José Dirceu está em liberdade. Depois de ficar preso preventivamente por 1 ano e 8 meses, o ex-ministro teve a liberdade concedida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele pode aguardar os recursos em liberdade, mas não pode deixar Brasília nem falar com acusados da Lava Jato.
Antonio Palocci
O ex-ministro Antonio Palocci foi sentenciado a 12 anos, dois meses e 20 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Palocci era acusado de ter recebido propina para atuar em benefício da construtora Odebrecht no contrato de construção das sondas entre Sete Brasil e o Estaleiro Enseada do Paraguaçu. Palocci está preso em Curitiba desde setembro de 2016, quando foi alvo da 35ª fase da Lava Jato.
Eduardo Cunha
Em outubro de 2016, o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) foi preso preventivamente por decisão do juiz Sérgio Moro. Cunha foi acusado de receber 1,3 milhão de francos suíços em propina em um contrato para exploração da Petrobras no campo de petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. Moro condenou Cunha a 15 anos e 4 meses de prisão, mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu pela redução da pena para 14 anos e 6 meses de reclusão. O deputado cassado está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (PR).
Sérgio Cabral
A pena do ex-governador do Rio de Janeiro é uma das mais impressionantes. As cinco condenações de Cabral na Lava Jato somam 100 anos e oito meses de prisão. O ex-governador foi condenado pelo desvio de mais de R$ 200 milhões de contratos entre empresas e o governo do RJ; recebimento de propina das empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão; a movimentação de R$ 39 milhões por meio dos irmãos Marcelo e Renato Chebar; lavagem de R$ 10 milhões por meio da compra de sete imóveis em bairros nobres do Rio, carros de luxo; e lavagem de dinheiro de propina na compra de joias em dinheiro e sem nota fiscal, num total de R$ 11 milhões.
Sérgio Cabral ainda é réu em outros 12 processos, por suspeita de lavagem de dinheiro; corrupção ativa e passiva; evasão de divisas; crimes contra o sistema financeiro; organização criminosa; formação de cartel, e fraude a licitação. O nome de Cabral surgiu pela primeira vez, em 2015, quando o ex-diretor da Petrobras e primeiro delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa o acusou de receber R$ 30 milhões para caixa 2 na campanha de 2010. Cabral está preso desde novembro de 2016.
17 de março de 2018
diário do poder
ATÉ AGORA, 119 PESSOAS FORAM CONDENADAS NA LAVA JATO; ENTRE ELAS, FIGURAS IMPORTANTES DA POLÍTICA BRASILEIRA (FOTO: RODRIGO FELIX/EBC) |
Em quatro anos de Operação Lava Jato, segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram 183 condenações contra 119 pessoas, contabilizando mais de 1,8 mil anos de pena só na Lava Jato do Paraná. Entre os condenados, estão figuras importantes como o ex-presidente Lula (PT). O petista foi condenado em julho do ano passado a 9 anos e seis meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão foi do juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal, em Curitiba, que não decretou a prisão do ex-presidente.
As acusações do MPF contra Lula apontavam para o recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um tríplex no Guarujá (SP) e do armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016. Absolvido na última denúncia, Lula foi condenado pelo recebimento de R$ 2,2 milhões em propina no tríplex do Guarujá.
Em janeiro deste ano, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) manteve a condenação em 2ª instância e aumentou a pena de nove para 12 anos. No entanto, Lula não pode ser preso até que se esgotem os recursos a seu favor. Se, depois desse processo, a condenação do petista ainda for mantida, Lula se torna inelegível com base na Lei da Ficha Limpa.
Conheça outros condenados:
José Dirceu
O ex-ministro petista já foi condenado duas vezes na Lava Jato, somando 41 anos de prisão. José Dirceu foi condenado, em 2016, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Inicialmente condenado a 23 anos e três meses de prisão, teve a pena reduzida em dois anos e cinco meses. No entanto, o TRF-4 decidiu pelo aumento da pena, passando para 30 anos de prisão.
A segunda condenação veio no ano passado. Moro condenou mais uma vez o petista, dessa vez por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A pena foi de 11 anos e três meses de reclusão em regime fechado. Em fevereiro deste ano, o ex-ministro da Casa Civil virou réu pela terceira vez na Lava Jato. Segundo a denúncia do MPF, as construtoras Engevix Engenharia e UTC teriam repassado ao ex-ministro, por meio de contratos fraudulentos, pagamentos de R$ 900 mil e R$ 1,5 milhão, respectivamente.
Mesmo já tendo sido condenado a mais de 40 anos de prisão, José Dirceu está em liberdade. Depois de ficar preso preventivamente por 1 ano e 8 meses, o ex-ministro teve a liberdade concedida pelos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele pode aguardar os recursos em liberdade, mas não pode deixar Brasília nem falar com acusados da Lava Jato.
Antonio Palocci
O ex-ministro Antonio Palocci foi sentenciado a 12 anos, dois meses e 20 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Palocci era acusado de ter recebido propina para atuar em benefício da construtora Odebrecht no contrato de construção das sondas entre Sete Brasil e o Estaleiro Enseada do Paraguaçu. Palocci está preso em Curitiba desde setembro de 2016, quando foi alvo da 35ª fase da Lava Jato.
Eduardo Cunha
Em outubro de 2016, o deputado cassado Eduardo Cunha (MDB-RJ) foi preso preventivamente por decisão do juiz Sérgio Moro. Cunha foi acusado de receber 1,3 milhão de francos suíços em propina em um contrato para exploração da Petrobras no campo de petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro. Moro condenou Cunha a 15 anos e 4 meses de prisão, mas o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) decidiu pela redução da pena para 14 anos e 6 meses de reclusão. O deputado cassado está preso no Complexo Médico-Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba (PR).
Sérgio Cabral
A pena do ex-governador do Rio de Janeiro é uma das mais impressionantes. As cinco condenações de Cabral na Lava Jato somam 100 anos e oito meses de prisão. O ex-governador foi condenado pelo desvio de mais de R$ 200 milhões de contratos entre empresas e o governo do RJ; recebimento de propina das empresas Andrade Gutierrez, Odebrecht e Queiroz Galvão; a movimentação de R$ 39 milhões por meio dos irmãos Marcelo e Renato Chebar; lavagem de R$ 10 milhões por meio da compra de sete imóveis em bairros nobres do Rio, carros de luxo; e lavagem de dinheiro de propina na compra de joias em dinheiro e sem nota fiscal, num total de R$ 11 milhões.
Sérgio Cabral ainda é réu em outros 12 processos, por suspeita de lavagem de dinheiro; corrupção ativa e passiva; evasão de divisas; crimes contra o sistema financeiro; organização criminosa; formação de cartel, e fraude a licitação. O nome de Cabral surgiu pela primeira vez, em 2015, quando o ex-diretor da Petrobras e primeiro delator da Lava Jato, Paulo Roberto Costa o acusou de receber R$ 30 milhões para caixa 2 na campanha de 2010. Cabral está preso desde novembro de 2016.
17 de março de 2018
diário do poder
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