"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

LULA DIZ QUE, SE FOR PROIBIDO DE SER CANDIDATO, ESTARÁ SE MONTANDO UMA FRAUDE



Lula promete recorrer,  para seguir sendo candidato
A menos de uma semana de ser julgado por três desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou a jornalistas estrangeiros que uma eventual impugnação de sua candidatura à Presidência da República, consequência provável de uma condenação, seria uma “fraude”. Além disso, o petista declarou que vai continuar “brigando” até o final para concorrer no pleito de outubro.
“Na minha vida eu não conheço a palavra desistir e não faço uso dela”, disse Lula nesta quinta-feira, dia 18, a representantes dos jornais El País, The New York Times, The Guardian, La Nación, Die Zeit e Liberátion. A entrevista está estampada na capa do jornal El País, da Espanha, desta sexta-feira,dia 19. “Se o Lula for proibido de ser candidato por uma decisão política do judiciário, obviamente está se montando uma fraude”, disse o ex-presidente, referindo-se a ele próprio.
Em discurso na capital paulista após ter dado a entrevista, Lula reforçou o discurso. “Quero que o PT me indique à Presidência. Se não for como candidato, serei como cabo eleitoral. Se o PT quiser, estarei como candidato à Presidência, aconteça o que acontecer”, disse.
“INOCENTE” – Na conversa com os jornalistas estrangeiros, feita na sede do Instituto Lula, em São Paulo, o petista voltou a se declarar inocente da condenação do juiz Sérgio Moro, em primeira instância na Operação Lava Jato, após ter sido acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. “A aceitação (da denúncia) tal como ela foi, me faz supor que estamos diante de um processo mais político do que jurídico.”
“Eu não posso julgar o que vai decidir o tribunal porque eu não conheço nenhum juiz. A única coisa que eu espero é que eles tenham lido o processo e com base nisso eles decidam respeitando o Código Penal e a Constituição”, disse Lula sobre o julgamento do dia 24.
Lula declarou que vai continuar na corrida presidencial mesmo com a sentença desfavorável na próxima semana, usando os recursos disponíveis nos processos. “Vou continuar lutando porque eu quero viver até os 120 anos… para estar forte, para estar bem de saúde, para estar de bom humor… O dia 24 para mim não é o dia D, é o dia 24, é um julgamento. Eu tenho mais nove ou dez processos.”
ALIANÇAS –  Na entrevista, o ex-presidente admitiu que o PT poderá fazer, nas eleições deste ano, alianças com partidos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, estratégia rechaçada por setores mais radicais da legenda. “Nós tentamos fazer as alianças políticas com partidos que não votaram no impeachment. Mas o partido também saberá se curvar em função da realidade regional”, reconheceu, citando a aliança do PT com o PMDB em Minas Gerais, governada pelo petista Fernando Pimentel.
“Não é questão de princípio, é de conjuntura política. Vamos construir, caso a caso, uma aliança política, porque não queremos apenas ganhar, queremos governar”, afirmou.

19 de janeiro de 2018
Daniel Weterman
Estadão

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