O advogado doleiro espanhol Rodrigo Tacla Duran, que trabalhou para a Odebrecht de 2011 a 2016 e conseguiu fugir para a Espanha, transformou-se em agente de uma campanha de desmoralização contra o juiz federal Sérgio Moro e a própria Lava Jato. O criminoso foragido tem se oferecido para dar sucessivas entrevistas à imprensa brasileira e suas bombásticas declarações viralizam na internet, repercutidas por sites e blogs ligados a partidos e políticos envolvidos nos esquemas de corrupção, é um verdadeiro festival.
Aqui na “Tribuna da Internet” temos mantido distância desse tipo de “informante”, porque estamos apoiando com entusiasmo a luta contra a corrupção desfechada pela força-tarefa da Lava Jato, formada pela Polícia Federal, Procuradoria-Geral da República e Receita Federal. E nossas suspeitas sobre Tacla Duran vem agora a ser confirmadas, em seu depoimento à CPI da JBS, pois as provas apresentadas (fotos de mensagens em celular) foram claramente falsificadas.
FOTOS E PERÍCIA – Como se sabe, o doleiro espanhol apresentou nesta quinta-feira (dia 30) à CPI da JBS uma perícia para mostrar que são verdadeiras as mensagens que ele teria trocado com o advogado Carlos Zucolotto, amigo e padrinho de casamento do juiz Sergio Moro. O foragido Duran apresentou fotos de mensagens de Zucolotto pelo Wickr, um aplicativo que deleta correspondência automaticamente depois de um curto espaço de tempo. E com essas “provas” ele reforçou as acusações de que o amigo de Moro teria intermediado negociações paralelas dele com a força-tarefa da Operação Lava Jato.
Uma das definições mais perfeitas de Estatística serve também para Perícia, ao assinalar que é “a arte de torturar os fatos até que eles confessem o objetivo que se pretende”. No caso de Duran, a perícia arranjada por ele é de fancaria, uma armação mal feita e que não comprova nada, muito pelo contrário, aliás.
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JOGO DOS NOVE ERROS
JOGO DOS NOVE ERROS
1 – Duran era usuário do aplicativo Wickr, que deleta correspondência automaticamente depois de um curto espaço de tempo. A simples utilização desse recurso já demonstra que Duran é um pilantra envolvido em ilegalidades, porque pessoas decentes não usam programas que apagam suas mensagens.
2 – Como o aplicativo Wickr desfaz as conversas, isso significa que Duran fez questão de fotografá-las naquela época, há quase dois anos. E somente agora, na CPI da JBS, subitamente se lembrou de apresentá-las. Quem é que pode acreditar numa bobagem dessas?
3 – E de repente Duran surgiu com essas fotos, depois tê-las submetido na Espanha a um exame pericial, que deve ser do mesmo tipo da “perícia” que foi encomendada pelo advogado de Temer na gravação de Joesley Batista, como todos se lembram.
4 – É duro ver esta armação ser acolhida pela imprensa, para caluniar o advogado Carlos Zucolotto, que representou o escritório de Duran apenas em ações trabalhistas, antes da Lava Jato, e que afirma jamais ter trocado mensagens com Duran, até mesmo porque nunca baixou em seu telefone o aplicativo Wickr.
5 – Não é necessário ser “perito” em Campinas ou em Madri para identificar a fraude urdida pelo doleiro Tacla Duran. E fica claro que a conversa foi montada para atingir diretamente o juiz Moro, ao qual nas falsas mensagens Zucolotto se referiria como “DD”, que significa Digníssimo, uma forma de denominar magistrados.
6 – A conversa não tem a menor verossimilhança, porque Duran teria de pagar uma multa de R$ 15 milhões e isso não existe. O valor da multa só é fixado na sentença ou na homologação do acordo de delação premiada.
7 – Além disso, nenhum cliente aceitaria pagar a um advogado R$ 5 milhões por ter reduzido uma dívida de R$ 15 milhões para R$ 5 milhões. Ou será que alguém pode acreditar nisso? Perguntem a qualquer advogado.
8 – O pior mesmo foi a falta de cuidado ao montar as “mensagens” no aplicativo. O autor da fraude simplesmente esqueceu de inserir o horário de transmissão na segunda resposta de Duran, assim como na terceira e na quarta respostas. E o famoso “perito” espanhol nem percebeu este importante detalhe…
9 – Para culminar, inexplicavelmente as fotos foram feitas por outro celular. Ora, por que Duran se daria ao trabalho de usar um celular adicional, se poderia ter simplesmente gravado/fotografado as mensagem em seu próprio celular. É um amadorismo gritante e revelador.
MORO DEFENDE – Duran não faz acusações diretas ao juiz Sergio Moro. O magistrado, no entanto, saiu em defesa do advogado quando a Folha revelou as acusações. Na época, afirmou ser lamentável que a palavra de um acusado foragido da Justiça brasileira seja utilizada para levantar suspeitas infundadas sobre a atuação do Poder Judiciário.
Mas a Folha de S. Paulo insistiu em prestigiar o doleiro, que diz estar escrevendo um livro para destruir a Lava Jato, vejam que pretensão. E agora esta deplorável figura é entrevistada pela CPI mista da JBS via teleconferência, para seguir denegrindo um juiz notável quanto Sérgio Moro, que já se tornou uma das personalidades mais admiradas do mundo.
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P.S. – O mais ridículo é que sites e blogs estejam a noticiar que a mulher de Moro desistiu de manter sua página nas redes sociais por causa dessas novas acusações de Tacla Duran. Como dizia o mestre Ataulfo Alves, a maldade nessa gente é uma arte… (C.N.)
P.S. – O mais ridículo é que sites e blogs estejam a noticiar que a mulher de Moro desistiu de manter sua página nas redes sociais por causa dessas novas acusações de Tacla Duran. Como dizia o mestre Ataulfo Alves, a maldade nessa gente é uma arte… (C.N.)
04 de dezembro de 2017
Carlos Newton
Os petralhas formam com a grande mídia- e os blogueiros q lhes dão sustentação- uma só quadrilha q pouco se importa com os interesses do Brasil. Temerosos da Lava Jato, querem salvar a própria pele, a qualquer custo.
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