"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 12 de novembro de 2017

PARLAMENTARISMO E "RECALL" COMO ALTERNATIVAS CONCRETAS ÀS CRISES BRASILEIRAS

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Charge do Cláudio (Arquivo Google)
Quem olha o panorama brasileiro sob o aspecto da ética não deixa de ficar desolado e entristecido. Um presidente não é apenas portador do poder supremo de um país. O cargo possui um fundamental componente ético. O presidente tem de incorporar e exibir os valores que devem ser seguidos pelos cidadãos. Aqui temos o contrário: um presidente tido por corrupto, não só por acusação de políticos, mas por diversas investigações fundamentadas da Polícia Federal, com participação de outros importantes órgãos, como o Ministério Público e a Receita Federal.
O desalento que contamina muitos brasileiros é até compreensível. Neste caso, o parlamentarismo seria uma excelente saída, pois seu pressuposto básico é de que a nação não é obrigada a aturar governos medíocres até o final do mandato, mesmo que o prazo seja limitado a razoáveis quatro anos.
MONARQUIA – Sob regime parlamentarista, aceita-se até mesmo pensar na volta da monarquia, aí se faria sentido se devotar a aura quase sacrossanta ao chefe de estado. Nada contra, desde que seja um poder apenas simbólico.
No entanto, já que não querem estabelecer o civilizado parlamentarismo, que se adote então uma solução intermediária que já existe em alguns estados dos EUA – o recall. Ou seja, uma segunda opinião.
A cada dois anos, depois das eleições gerais para presidente, governadores, deputados e senadores, o povo seria convocado a dar o “recall” e confirmar ou não o mandato presidencial. Se houver 2/3 dos votos válidos contrários, o chefe do governo seria “impichado” e convocaria novas eleições para se completar o tempo do mandato.
ELEIÇÕES GERAIS – Uma condição muito importante teria que estar explicita. O presidente não sofreria impeachment sozinho, porque o eventual fracasso também teria de ser creditado ao Congresso, e necessariamente haveria também eleições para Câmara e Senado.
Claramente, haveria necessidade de mudar o tempo de mandato dos senadores, que deixaria de ser de oito anos e seria no máximo de quatro anos, também.
Ou seja, havia um impeachment solidário, a ser decidido pelos verdadeiros donos dos mandatos dos políticos – no caso, os eleitores brasileiros, que pagam as contas e sustentam os detentores do poder.

12 de novembro de 2017
Willy Sandoval

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