"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

DELATOR CONTRADIZ JANOT E RELATA QUE HOUVE REUNIÃO ANTES DE TEMER SER GRAVADO

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Assis relatou os reuniões com a Procuradoria
O advogado e delator da JBS, Francisco de Assis e Silva, afirmou em depoimento que esteve reunido com Eduardo Pelella, principal assessor do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, cinco dias antes da gravação escondida feita por Joesley Batista do presidente Michel Temer no Palácio do Jaburu, no dia 7 de março. Assis e Silva contou que teve mais de três contatos, entre telefonemas e encontros, com a Procuradoria-Geral da República antes do dia 27 de março.
O procurador-geral escreveu em manifestação que “nenhum dos atuais colaboradores, direta ou indiretamente, haviam buscado tratativas com a PGR para iniciar negociação, fato que só veio a acontecer por volta do dia 27 de março”.
SOBRE GRAVAÇÕES – No depoimento prestado no último dia 7, o delator disse ter ouvido “abstratamente” de um outro integrante do grupo de trabalho da Lava Jato montado por Janot, o promotor Sérgio Bruno, que “uma coisa era ter a gravação de um deputado e outra, do presidente”.
Assis e Silva não fornece a data de quando isso teria sido falado, mas pontua que foi antes de 24 de março. O advogado acrescentou que no encontro do dia 2 de março, participaram, além dos dois, Sérgio Bruno, a advogada Fernanda Tórtima, que também atuava para a JBS, e mais uma pessoa da qual ele não se recorda.
Foi levado para a reunião, ainda segundo o delator, um documento com 13 itens detalhados sobre o que os executivos interessados em colaborar poderiam revelar.
TRÊS PREMISSAS – No depoimento, ele também fala que a JBS levou para a PGR três premissas: rapidez, sigilo e continuação dos irmãos Joesley e Wesley Batista à frente da direção da empresa. De acordo com os fatos narrados por Assis e Silva, esse teria sido o segundo contato com o grupo de Janot, mas o primeiro pessoalmente.
Procurada pela Folha, a Procuradoria nega contradição e diz que o primeiro encontro com o advogado ocorreu “para externar a vontade do cliente de fazer acordo”. “Apresentaram itens, que não são anexos, mencionando alguns temas sem detalhar nenhum deles ou dizer que tipo de prova trariam à negociação”, disse a assessoria.
“A PGR tem como marco temporal para tratativas de negociação de acordo o dia 27 de março, quando houve apresentação dos áudios. Antes disso, considera-se sondagem dos advogados”, disse.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Não há nada grave, apenas versões a serem conferidas. O fato concreto é que a JBS procurou a Procuradoria em busca de delação premiada e se ofereceu para fazer gravações até de Michel Temer, nos termos do precedente aberto por Sérgio Machado, ex-presidente da Transpetro. Passados alguns dias, Joesley realmente fez a gravação, entregou à Procuradoria e mostrou como a política brasileira funciona nos bastidores. (C.N.)

13 de setembro de 2017
Camila Mattoso, Letícia Casado e Raquel Landim
Folha

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