Uma das medidas mais esperadas da reforma política ficou para 2020. Os deputados aprovaram nesta quarta-feira, dia 20, o fim das coligações para as eleições de deputados e vereadores, mas a nova regra não será aplicada na disputa do ano que vem.
O texto inicial, relatado pela deputada Shéridan (PSDB-RR), previa a medida já para 2018. Os deputados, no entanto, fizeram um acordo e aprovaram um destaque do PPS para que a medida valha somente a partir de 2020. Foram 348 a favor, 87 contra e 4 abstenções.
TROCA-TROCA – Os deputados ainda têm outras alterações para analisar do texto, entre elas, a sugestão de criar uma nova janela para permitir a migração partidária.
A ideia do presidente da Câmara em exercício, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG), era concluir a votação ainda nesta quarta-feira, 20. Ele fez um apelo para que os deputados permaneçam em plenário durante a madrugada. “Vamos votar, nem que tenhamos que ficar aqui até as 6h da manhã”, disse.
Por se tratar de uma emenda à Constituição, após finalizar a análise dos destaques, a proposta ainda precisará passar por uma nova votação na Câmara antes de ir para o Senado. Para que essa segunda votação pudesse acontecer ainda nesta quarta-feira, será preciso votar um requerimento para ignorar o período regimental exigido entre o primeiro e o segundo turno – o chamado interstício.
“FEDERAÇÕES” – Pelo texto aprovado até agora, no lugar das coligações, os partidos poderão se juntar em federações a partir de 2020. A diferença para o sistema atual é que as federações não podem se desfazer durante o mandato, isto é, as legendas terão de atuar juntas como um bloco parlamentar durante toda a legislatura.
Além dessas regras, a PEC cria uma cláusula de desempenho (ou cláusula de barreira) para que os partidos possam ter acesso aos recursos do Fundo Partidário e ao tempo de propaganda no rádio e na TV.
COLIGAÇÕES – Pelas regras atuais, e que permanecem valendo em 2018, diferentes partidos podem fazer alianças para eleger seus candidatos ao Legislativo. Dessa forma, se dois partidos antagônicos se coligam, é possível que o voto em um candidato ajude a eleição de outro. Em um exemplo hipotético, o eleitor vota em um nome do PT, mais a esquerda, mas pode ajudar a eleger um nome do PP, um partido de centro-direita.
Essa medida beneficia partidos pequenos, que costumam se aliar a legendas mais fortes para garantir vagas na Câmara. Deputados do PCdoB, por exemplo, comemoraram a aprovação do destaque.
Alguns parlamentares, no entanto, criticaram a decisão de adiar o fim das coligações para 2020. “A coligação é a raiz causadora dos problemas que estamos vivendo hoje. Você junta na mesma coligação partidos que pensam diferentes, o que não representa a vontade do eleitor”, disse o deputado Hildo Rocha (PMDB-MA).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O fato concreto é que a tão sonhada reforma política está tendo tantos enxertos que vai ficar no estilo Frankenstein. Até agora, não muda nada, os partidos nanicos continuam a ser mantidos com recursos públicos (Fundo Partidário) e podem “vender” seus espaços no horário eleitoral do rádio e TV. Em tradução simultânea, pode-se dizer que ainda não existe seriedade na política. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – O fato concreto é que a tão sonhada reforma política está tendo tantos enxertos que vai ficar no estilo Frankenstein. Até agora, não muda nada, os partidos nanicos continuam a ser mantidos com recursos públicos (Fundo Partidário) e podem “vender” seus espaços no horário eleitoral do rádio e TV. Em tradução simultânea, pode-se dizer que ainda não existe seriedade na política. (C.N.)
21 de setembro de 2017
Deu em O Tempo
(Agência Estado)
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