"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 21 de setembro de 2017

GENERAL MOURÃO APENAS REPETIU O PENSAMENTO DO ALTO-COMANDO DO EXÉRCITO

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Alto-Comando discute a evolução da crise política
As declarações do general de Exército Hamilton Mourão sobre a possibilidade de uma intervenção militar no Brasil guardam alguma conexão com os assuntos discutidos nos dias anteriores em encontros dos generais de quatro estrelas. Sua palestra na última sexta-feira à noite na Loja Maçônica Grande Oriente do Brasil se deu na sequência de uma semana intensa. Durante cinco dias consecutivos, de 11 a 15 de setembro, o Alto-Comando do Exército esteve reunido no Quartel General da Corporação, em Brasília, mais conhecido como Forte Apache.
Segundo informações filtradas pelo RR, ainda que o General Mourão possa ter se excedido na forma e no conteúdo, sua fala remete a pontos cardeais abordados durante as reuniões do Alto-Comando.
Os oficiais passaram a limpo, temerosos, cenários de crise e os planos de ação – “muito bem feitos” nos dizeres do general Mourão -, nos quais três variáveis aparecem com destaque: a desordem social, o crime organizado e a corrupção institucionalizada.
ALÉM DA LAVA JATO – Sob a ótica militar, o esgarçamento das instituições e o crescente estado de criminalização são questões que vão muito além da Lava Jato. Ela passa pelo imbricamento de agentes não necessariamente associados entre si – de políticos e partidos a autoridades da área de segurança pública e magistrados, de movimentos sociais ao crime organizado.
Nas etapas das “aproximações sucessivas”, para usar terminologia adotada pelo próprio General Mourão, vão se configurando pontos de interseção entre as variáveis críticas. É a propagação ondulatória desses pontos de interseção que levaria a uma situação limite.
Nessa circunstância, indefinida a priori, os militares se veriam obrigados a “intervir dentro da lei”, por mais estranha que pareça essa dialética.
MAIS REUNIÕES – Pelo clima de apreensão dos encontros, a tendência é que estas discussões sejam intensificadas nas próximas reuniões do Alto-Comando do Exército – o encontro da semana passada foi o quinto de um total de sete; os dois últimos do ano estão previstos para outubro e dezembro.
Entre os oficiais, há uma percepção de que um quadro agudo de deterioração da ordem, que justificaria uma ação mais radical da parte do Exército, possa vir não pelo vetor da crise política stricto sensu, mas pela segurança pública.
Um exemplo: segundo o RR apurou, nos encontros da semana passada os oficiais discutiram assuntos viscerais como o aumento da entrada de armas e drogas no país. Um dado, por si só, dá a dimensão da gravidade: a Inteligência do Exército tem informações de que a área plantada de coca na Colômbia praticamente duplicou nos últimos três anos, em função de uma flexibilização da política antidrogas após o acordo com as Farc.
NARCOTRÁFICO – A associação entre o estado de calamidade do Rio e o desenfreado narcotráfico do país vizinho é automática.
O alinhamento do Alto-Comando é total em torno do tripé do Exército definido pelo general Villas Boas – “legalidade”, “legitimidade” e “manutenção da estabilidade” –, expressões repetidas nas reuniões da semana passada e citadas pelo general Mourão em sua palestra na última sexta-feira.
A nota divulgada à imprensa pelo Comandante do Exército, General Villas Boas, reafirmando o compromisso democrático do Exército, foi dirigida ao público externo. Internamente os generais concordam com o conteúdo da fala de Mourão – noves fora exageros, como a expressão “impor” – pois delimitam uma linha demarcatória rígida entre significados contextuais das palavras “intervir” e “golpe”. Esta última, por sinal, banida do vocabulário castrense.
FORA DO TOM – O general Mourão – que, curiosamente, cumpriu uma trajetória oposta à do primeiro ministro do Exército da abertura democrática, general Leônidas Pires Gonçalves, passando do Comando Militar do Sul para a secretaria de Finanças do Exército – tem sabidamente uma forte influência entre os chamados níveis intermediário e subalterno do oficialato, de capitão para baixo.
Apesar do discurso fora do tom, não houve puxão de orelha.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Enviada por Mário Assis Causanilhas, é muito importante esta análise do Relatório Reservado, um site que sempre traz informações exclusivas da maior importância. Em tradução simultânea, significa que os militares estão de olho e os civis não podem facilitar e manter a esculhambação institucional que nos caracteriza(C.N.)


21 de setembro de 2017
Deu no Relatório Reservado

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