"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

SERÁ QUE TEMER CONSEGUIRIA GOVERNAR NEM O PSDB, CONFORME PADILHA SUGERE?

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Charge do Jean Galvão (Arquivo Google)
Numa entrevista a Gustado Uribe, Daniel Carvalho e Leandro Colon, Folha de São Paulo desta segunda-feira, o ministro chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha afirmou que o Planalto deseja que o PSDB permaneça na base aliada, mas se isso não acontecer é perfeitamente possível governar sem os tucanos. A declaração constitui por si um desafio à intenção existente na maior parte do PSDB de desembarcar do governo. Ao mesmo tempo, Padilha dirigiu um recado aos deputados do PMDB que possuem indicados seus na administração federal. Se não votarem com Temer, logicamente o governo vai exonerar todos aqueles que eles indicaram.
Não é possível que parlamentares responsáveis por indicações votem contra o presidente Temer. Padilha estava se referindo diretamente à perspectiva de votação nesta quarta-feira, dia 2, sobre a admissibilidade ou não da denúncia de Rodrigo Janot contra Temer.
HAVER QUORUM – Em outro ponto da entrevista, Eliseu Padilha sustentou que a responsabilidade de haver ou não quorum na quarta-feira é da oposição, não da bancada governista. Portanto, se não houver número para decidir, nem a favor nem contra, o impasse hipoteticamente pode se estender até 31 de dezembro de 2018, quando então o processo acusatório terá de ser encaminhado ao STF, uma vez que Michel Temer não estará mais à frente do governo.
Padilha, dessa forma, colocou a questão de maneira totalmente clara. Portanto, os deputados que indicaram cargos na administração pública e nas empresas estatais devem se preparar para perdê-los se votarem a favor do prosseguimento da ação contra Michel Temer, levando-o a julgamento pelo STF. Mais uma vez se configura a verdadeira posição do Palácio do Planalto: troca de interesses nem sempre legítimos.
SEM ABSOLVIÇÃO – O debate sobre o conteúdo da denúncia não importa. Michel Temer não se empenha no sentido de ser absolvido. Esforça-se somente para impedir seu próprio processo e julgamento. Afinal de contas, a caneta mágica está em suas mãos. A preocupação dos deputados volta-se para o domínio que exercem através de postos na administração pública.
Por falar em caneta, o Diário Oficial de sexta-feira, dia 28, publicou o Decreto do presidente da República instituindo o regime de recuperação fiscal dos estados e do Distrito Federal. O Decreto é longo, mas sem dúvida é um sinal de alento para os funcionários do Rio de Janeiro, que passam a contar com a hipótese de saírem da agonia inescrupulosa a que foram conduzidos pelo desgoverno de Luiz Fernando Pezão, que antes de se eleger foi vice-governador nos dois mandatos de Sérgio Cabral.
DÉCIMO TERCEIRO – Sinal de alento também, na mesma edição do Diário Oficial para os aposentados e pensionistas do INSS. Temer assinou o Decreto determinando o pagamento do abono anual (décimo terceiro) em duas parcelas aos aposentados e pensionistas. A primeira agora e a segunda no mês de novembro.
Com isso, ele espera votos adicionais para bloquear seu julgamento no Supremo. A sorte está lançada.

01 de agosto de 2017
Pedro do Coutto

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