Tempos nebulosos. Perplexidade, indignação, pessimismo, angústia e incerteza se misturam, contaminando o ambiente do país. O desemprego bate à porta de milhões de famílias. As revelações da Lava Jato corroem as bases de legitimidade do sistema político como um todo. O esgotamento do modelo de representação política parece evidente. Seria o fim de um ciclo? Não existe luz visível no final do túnel.
A lista do Fachin frequenta diariamente a imprensa. As redes sociais explodem em radicalismo e intolerância. Jornais de TV veiculam as delações premiadas como se fossem novela. Mas o roteiro não se assemelha a um romance, mais parece uma combinação de thriller policial com filme de terror. A voracidade condenatória é impressionante. Justos e pecadores, corruptos e pessoas de bem se embaralham no mesmo cesto diante de uma opinião pública revoltada, mas também cansada. O direito de defesa fica quase impossível. As justificativas dos denunciados são veiculadas de forma pasteurizada e mecânica, minando qualquer possibilidade de eficácia. A voz dos delatores, réus confessos em busca de penas menores, é apresentada como o parâmetro da verdade. O processo judicial poderá levar seis, sete anos. Mas, para quem tem vida pública, há um julgamento instantâneo produzido, justa ou injustamente, por essa máquina de sepultar biografias. A presunção da inocência naufraga no clima de quase Inquisição. Todos os principais partidos frequentam a linha de tiro. Ao senso comum parece que ninguém escapa, que são todos iguais. E não são.
Nas ruas é fácil encontrar frases do tipo “não acredito mais em ninguém”, “são todos corruptos”. Uma extrema-direita autoritária se assanha pedindo intervenção militar ou o fechamento do Congresso Nacional. Os espaços de diálogo se encurtam. A produção de consensos fica cada vez mais difícil. A conversa entre diferentes é vista com desconfiança, como suposto acórdão ou pacto de impunidade.
Diante de tudo isso, é preciso reagir, mudar, fazer do limão a limonada. É hora de dizer aos quatro cantos em alto e bom som: viva a democracia!
Vamos reinventar o Brasil, vamos refundar a República, vamos consolidar o aprendizado a partir dessa monumental crise. As respostas têm que nascer da alma e do coração da sociedade brasileira.
Nunca foi tão necessário o sistema político produzir decisões relevantes. A economia começa a mostrar a reversão da crise e indicadores positivos. Juros caindo, emprego e crescimento sendo lentamente retomados, inflação em queda. As reformas trabalhista, previdenciária, tributária e política estão na mesa de discussões. Mesmo com toda a instabilidade política, podemos abrir 2018 com um horizonte muito mais animador.
Em 2018, nos reencontraremos nas urnas com nosso destino e futuro. Que a atual crise gere esperança e mudança, e não pessimismo e desagregação. Mas, enquanto as eleições não chegam, cabe arregaçar as mangas e fazer o dever de casa.
26 de abril de 2017
Marcus Pestana é deputado federal pelo PSDB-MG.
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Interessante o articulista apontar o dedo para uma "extrema direita" que pede a intervenção constitucional. Um texto transbordante de sugestões para lá de utópicas, com metáforas carcomidas de 'fazer limonada com o limão'... Dando um tratamento quase infantil para resolver problemas da maior gravidade, que abala instituições, partidos e parlamentares, com a desconfiança correta da nação de que não é a partir do que aí está, que o país encontrará o caminho da sua ressurreição.
A lava jato mostrou que o rei está nu! O comprometimento dos quadros mais importantes dos diversos e mais expressivos partidos políticos, mostram a cara da corrupção, do envolvimento ilícito no que quer que seja.
Um senador (Requião) da república que não encontra recursos de resposta a um juiz federal e diz que "ele fumou erva estragada", dá o perfil de congressista que não guarda qualquer respeito a instituição, desqualificando-a.
A pergunta simples que a apelidada "extrema direita" faz, e não encontra resposta é: que político assumirá a tarefa de reconduzir o país a sua normalidade institucional? Que partido poderá assumir e apoiar o político que se dispõe a contrariar os velados interesses que se ocultam nos bastidores dos conchavos partidários? De onde saem as invectivas contra a lava jato? A perversa maledicência contra o juiz Sérgio Moro? Que político sobe a tribuna para desmontar a insanidade parlamentar (ressalvado o digno senador Magno Malta)?
Fica o cidadão-eleitor assistindo o decadente espetáculo do desrespeito às instituições, que alguns ainda pretendem garantir que elas estão funcionando...
Lamentável que se acuse e se denomine de "extrema direita" os que acreditam que somente a intervenção constitucional, com o poder de faxinar geral o infestado ambiente político atual, será a resposta para a grave crise que apodrece o Brasil.
Utopias do tipo acreditar que politiqueiros e corruptos possam conduzir o país a sua integridade ética e econômica, é acreditar em Papai Noel ou no coelhinho da páscoa.
E esse brado cafona de "viva a democracia", cabe perguntar a que tipo de democracia ele se refere, com um Congresso que está de costas para o povo, agindo apenas para salvaguardar seus interesses.
m.americo
A lista do Fachin frequenta diariamente a imprensa. As redes sociais explodem em radicalismo e intolerância. Jornais de TV veiculam as delações premiadas como se fossem novela. Mas o roteiro não se assemelha a um romance, mais parece uma combinação de thriller policial com filme de terror. A voracidade condenatória é impressionante. Justos e pecadores, corruptos e pessoas de bem se embaralham no mesmo cesto diante de uma opinião pública revoltada, mas também cansada. O direito de defesa fica quase impossível. As justificativas dos denunciados são veiculadas de forma pasteurizada e mecânica, minando qualquer possibilidade de eficácia. A voz dos delatores, réus confessos em busca de penas menores, é apresentada como o parâmetro da verdade. O processo judicial poderá levar seis, sete anos. Mas, para quem tem vida pública, há um julgamento instantâneo produzido, justa ou injustamente, por essa máquina de sepultar biografias. A presunção da inocência naufraga no clima de quase Inquisição. Todos os principais partidos frequentam a linha de tiro. Ao senso comum parece que ninguém escapa, que são todos iguais. E não são.
Nas ruas é fácil encontrar frases do tipo “não acredito mais em ninguém”, “são todos corruptos”. Uma extrema-direita autoritária se assanha pedindo intervenção militar ou o fechamento do Congresso Nacional. Os espaços de diálogo se encurtam. A produção de consensos fica cada vez mais difícil. A conversa entre diferentes é vista com desconfiança, como suposto acórdão ou pacto de impunidade.
Diante de tudo isso, é preciso reagir, mudar, fazer do limão a limonada. É hora de dizer aos quatro cantos em alto e bom som: viva a democracia!
Vamos reinventar o Brasil, vamos refundar a República, vamos consolidar o aprendizado a partir dessa monumental crise. As respostas têm que nascer da alma e do coração da sociedade brasileira.
Nunca foi tão necessário o sistema político produzir decisões relevantes. A economia começa a mostrar a reversão da crise e indicadores positivos. Juros caindo, emprego e crescimento sendo lentamente retomados, inflação em queda. As reformas trabalhista, previdenciária, tributária e política estão na mesa de discussões. Mesmo com toda a instabilidade política, podemos abrir 2018 com um horizonte muito mais animador.
Em 2018, nos reencontraremos nas urnas com nosso destino e futuro. Que a atual crise gere esperança e mudança, e não pessimismo e desagregação. Mas, enquanto as eleições não chegam, cabe arregaçar as mangas e fazer o dever de casa.
26 de abril de 2017
Marcus Pestana é deputado federal pelo PSDB-MG.
NOTA AO PÉ DO TEXTO
Interessante o articulista apontar o dedo para uma "extrema direita" que pede a intervenção constitucional. Um texto transbordante de sugestões para lá de utópicas, com metáforas carcomidas de 'fazer limonada com o limão'... Dando um tratamento quase infantil para resolver problemas da maior gravidade, que abala instituições, partidos e parlamentares, com a desconfiança correta da nação de que não é a partir do que aí está, que o país encontrará o caminho da sua ressurreição.
A lava jato mostrou que o rei está nu! O comprometimento dos quadros mais importantes dos diversos e mais expressivos partidos políticos, mostram a cara da corrupção, do envolvimento ilícito no que quer que seja.
Um senador (Requião) da república que não encontra recursos de resposta a um juiz federal e diz que "ele fumou erva estragada", dá o perfil de congressista que não guarda qualquer respeito a instituição, desqualificando-a.
A pergunta simples que a apelidada "extrema direita" faz, e não encontra resposta é: que político assumirá a tarefa de reconduzir o país a sua normalidade institucional? Que partido poderá assumir e apoiar o político que se dispõe a contrariar os velados interesses que se ocultam nos bastidores dos conchavos partidários? De onde saem as invectivas contra a lava jato? A perversa maledicência contra o juiz Sérgio Moro? Que político sobe a tribuna para desmontar a insanidade parlamentar (ressalvado o digno senador Magno Malta)?
Fica o cidadão-eleitor assistindo o decadente espetáculo do desrespeito às instituições, que alguns ainda pretendem garantir que elas estão funcionando...
Lamentável que se acuse e se denomine de "extrema direita" os que acreditam que somente a intervenção constitucional, com o poder de faxinar geral o infestado ambiente político atual, será a resposta para a grave crise que apodrece o Brasil.
Utopias do tipo acreditar que politiqueiros e corruptos possam conduzir o país a sua integridade ética e econômica, é acreditar em Papai Noel ou no coelhinho da páscoa.
E esse brado cafona de "viva a democracia", cabe perguntar a que tipo de democracia ele se refere, com um Congresso que está de costas para o povo, agindo apenas para salvaguardar seus interesses.
m.americo
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