A agência de classificação de risco Moody’s melhorou nesta quarta-feira (15) a perspectiva para a nota de crédito do Brasil, citando sinais de recuperação econômica, inflação em queda e cenário fiscal mais claro.A perspectiva foi revisada de negativa para estável, enquanto a nota foi mantida em Ba2, o significa grau especulativo. A agência foi a última a retirar o selo de bom pagador do país, em fevereiro do ano passado.
Ao justificar a revisão positiva, a Moody’s disse que os riscos de piora refletidos na perspectiva negativa diminuíram nos últimos seis meses e que as condições econômicas do Brasil se estabilizaram.
AMBIENTE POSITIVO – “O surgimento no ano passado de um ambiente positivo para as reformas sinaliza a melhora do funcionamento das instituições que darão suporte à implementação da reforma fiscal e à aprovação da reforma da Previdência neste ano”, indica a agência em comunicado.
A notícia foi divulgada no mesmo dia em que centrais sindicais e categorias de trabalhadores se mobilizaram em protestos no país contra a reforma da Previdência.
No comunicado, a Moody’s diz que as incertezas políticas que pressionavam a nota de crédito do país diminuíram em relação ao ano passado, “o que dá suporte à aprovação de reformas fiscais e sugere que as instituições brasileiras começam a funcionar mais efetivamente”.
TETO DOS GASTOS – A agência cita a aprovação do teto de gastos públicos como prova dessa nova relação entre Legislativo e Executivo e o debate em torno da reforma da Previdência, que a Moody’s espera que passe no segundo semestre.
Segundo a Moody’s, a nota de crédito do Brasil pode ser elevada se as reformas estruturais tiverem impacto positivo sobre os índices de crescimento ou levarem a um ritmo mais acelerado de consolidação fiscal para estabilização da dívida do governo.
Por outro lado, uma piora da economia e os riscos fiscais podem levar a uma redução do rating brasileiro, adverte a Moody’s. “Em especial, o ressurgimento da desarticulação política e, ainda, a interrupção do momento para realização de reformas que ameacem a implementação das reformas fiscais e o cumprimento do teto dos gastos públicos”, indica a agência.
RETOMADA – Segundo a agência, o cenário de queda da inflação permitirá que o Banco Central corte mais os juros no Brasil para estimular a atividade econômica. Esse ciclo de afrouxamento monetário deve ter “impacto apenas limitado na atividade econômica em 2017” por causa do alto endividamento e da fraca demanda doméstica, mas a Moody’s espera reflexos positivos nas contas do governo, “contendo a deterioração do perfil fiscal do Brasil”.
A Moody’s viu também riscos menores de que o governo tenha que apoiar financeiramente a Petrobras por causa dos problemas enfrentados pela petrolífera. “De um modo geral, a trajetória da dívida do governo permanece em linha com as nossas expectativas iniciais para 2017-2019 e consistentes com o rating Ba2”, afirmou a agência.
17 de março de 2017
postado por m.americo
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