De repente, acordaram as centrais sindicais, os sindicatos, as corporações e demais entidades que se imaginava adormecidos. O povo foi para a rua. Impossível desconsiderar o que aconteceu no país inteiro, quarta-feira. Trabalhadores e desempregados deram sinal de estarem vivos nas manifestações verificadas nas capitais dos estados e principais cidades, protestando contra as reformas da Previdência Social e trabalhista. Poucos entreveros, a maioria dos protestos verificou-se em clima de ordem, nem por isso menos assustador.
A partir de agora, depois de razoável interregno, o ator principal está de novo no palco, insurgindo-se contra o modelo das reformas elitistas. Não faltaram, sequer, os veementes protestos contra Michel Temer, uma espécie de representante maior da insatisfação popular.
ENSAIO GERAL – Assistimos um ensaio geral da peça que em 2018 será encenada com toda pompa e circunstância pela sucessão presidencial. Daqui por diante, mais se farão ouvir os protestos do Brasil Real frente à ação das forças empenhadas em dar marcha-a-ré no processo político-institucional. Não foi por acaso que as manifestações coincidiram com a condenação da banda podre do conservadorismo, no caso, a revelação dos agentes da lista do Procurador Geral.
Adianta muito pouco minimizar a voz das ruas novamente entoada para quem quiser ouvir. Não parece fora de propósito imaginar que nas próximas vezes em que o povo se manifestar, subirá a temperatura. A insatisfação dos excluídos poderá chegar a limites perigosos, mas explicáveis.
Em suma, erguem-se obstáculos aos retrocessos programados pelo neoliberalismo.
A CONTA-GOTAS – Melhor seria que o ministro Fachin abrisse logo o sigilo das acusações ao mundo político, revelando quantos deputados, senadores, ministros e ex-ministros, governadores e demais espécimes do bloco da corrupção, bem como suas praticas delituosas. A revelação a conta-gotas só faz aumentar as agruras da classe política.
17 de março de 2017
Carlos Chagas
Nenhum comentário:
Postar um comentário