"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

ELISEU PADILHA SE TRANSFORMOU NUM ZUMBI QUE PERAMBULA PELO PLANALTO




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Charge do Bier (reprodução do Arquivo Google)A era dos caciques do PMDB no comando do Planalto vai chegando ao fim. Agora só falta a demissão de Eliseu Padilha, chefe da Casa Civil, para limpar a área, como se diz no linguajar futebolístico. Desde o início de setembro, Padilha foi colocado na geladeira pelo presidente Michel Temer, que passou a despachar preferencialmente com o secretário Moreira Franco, do Programa de Parcerias de Investimentos.
Padilha estava se tornando um problema, porque criou caso com vários ministros importantes, como Henrique Meirelles, da Fazenda, e José Serra, do Exterior, além de ter se desentendido com Medina Osório, da Advocacia-Geral da União, e causado a demissão do ministro.
PERDENDO PONTOS – O escândalo que redundou na exoneração de Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo), e de Marcelo Calero (Ministério da Cultura) fez Padilha perdeu mais pontos, porque envolveu o presidente Temer numa trama múltipla, que teve participação até da ministra da Advocacia-Geral da União, Grace Mendonça, conhecida como a “esquecidinha da AGU” e que todos sabem ser protegida pelo chefe da Casa Civil.
Geddel tirou o time de campo, Grace seguiu o exemplo de Lula e disse que não sabia de nada, mas Padilha foi direto para o freezer. Já estava totalmente desmoralizado, pediu alguns dias de licença, alegando hipertensão e sumiu do noticiário, esperando ser logo esquecido, para tentar recuperar os pontos perdidos. Mas sua derrocada estava traçada porque ele já tinha entrado na alça de mira da Justiça de Mato Grosso, mas ninguém sabia.
BLOQUEIO DE BENS – A decisão do juiz Leonardo de Araujo Costa Tumiati, tomada dia 30 de novembro mas divulgada apenas na segunda-feira passada, significaria cartão vermelho para qualquer ministro que fosse denunciado por um crime de tamanha gravidade – a devastação de 1,3 mil hectares de uma área de proteção ambiental em Mato Grosso, no parque estadual da Serra Ricardo Franco, criado há 19 anos no município de Vila Bela da Santíssima Trindade.
Mas não ocorreu somente degradação de reserva ecológica para fins de enriquecimento ilícito, porque Padilha e seus sócios nos empreendimentos agropecuários foram muito além, como assinalou o  deputado paulista Ivan Valente, líder do PSOL na Câmara Federal: “Crime ambiental, suspeita de escravidão, grilagem de terras, parece interminável a lista de crimes do ministro”, disse Valente, em mensagem postada em rede social da internet.
QUESTÃO DE TEMPO – Eliseu Padilha só tem sido poupado na grande mídia e na internet porque há muitos outros assuntos mais importantes a serem tratados na delação da Odebrecht, mas sua demissão é só questão de tempo, já está mais do que decidida pelo presidente Temer, que age exatamente igual à sua antecessora Dilma Rousseff, que não demitia nenhum ministro, simplesmente deixava que apodrecessem ao vivo e a cores, até pedirem exoneração.
A delação de Odebrecht mostra ligações estreitas entre Temer e Padilha, no recebimento de dinheiro vivo a pretexto de bancar campanhas eleitorais do PMDB. Isso significa que Temer não tem como demiti-lo, até porque Padilha sempre foi amigo e parceiro. Além disso, agora precisa desesperadamente do foro privilegiado, para se livrar do processo criminal e indenizatório na Justiça do Mato Grosso.
PADILHA IMEXÍVEL – Como diria o ex-ministro Rogério Magri, hoje Padilha deve ser considerado imexível. Ninguém sabe quando ocorrerá sua saída da Chefia da Casa Civil, até porque vem aí o Natal e depois o Ano Novo, o Carnaval e a Semana Santa. Mas como se fosse menino de rua, Padilha espera um Papai Noel que não virá.
Se perder o cargo de ministro,  terá de encarar dois juízes da pesada – Leonardo Tumiati, em Mato Grosso, e Sérgio Moro, em Curitiba. Por isso, oi outrora todo-poderoso ministro Eliseu Padilha se tornou uma espécie de personagem ao vivo da série “Walkind Dead”, interpretando um zumbi que perambula no Planalto, sem saber o que fazer nem para onde ir.

16 de dezembro de 2016
postado por m.americo

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