Lendo-se permanentemente os grandes veículos da imprensa, incluindo sobretudo a reportagem de Daniel Pereira, revista Veja que está nas bancas, e a matéria de Rubens Valente, Folha de São Paulo de domingo, chega-se facilmente a conclusão que a Odebrecht lançou seus tentáculos aos planos políticos e administrativos do país, subjugando-os e os desmoralizando quase por completo. São poucas as exceções. Infelizmente. Mas a Odebrecht não está sozinha na batalha destrutiva que travou, e trava, contra a moral e a ética. Encontra-se coordenada com a OAS e a Andrade Gutierrez, para citar apenas estas empreiteiras.
Formaram tentáculos imensos e afogaram parte do Brasil no mar da corrupção. Sem limites. Como a Odebrecht era – e ainda é – a maior de todas, claro, comandava o sistema.
MULTIPRESENÇA – Sua participação tornou-se praticamente obrigatória, não só nos contratos superfaturados da Petrobrás, mas também na administração até do Maracanã, além de entrar junto com a OAS nas concessões de aeroportos, fora a participação em empreendimentos no setor elétrico, nucleares etc. Come é do pleno conhecimento geral, criou um departamento para administrar as fontes iluminadas da corrupção, das quais jorravam os jatos das propinas pagas.
Além disso, instituiu uma espécie de banco no exterior para redistribuir o produto dos assaltos contra a maior empresa do país, cuidando, portanto, de assegurar o sigilo das quantias embolsadas pelos ladrões. O suborno, de exceção criminosa, passou à condição de uma quase rotina desastrosa. Principalmente para a população, pois o desemprego surge como uma das consequências.
A fonte da corrupção não secou. Pelo menos até agora. Basta ver a relação dos políticos acusados pelos ex-executivos da Odebrecht que permanecem nos quadros do governo. Um desmoronamento moral. Qual a saída?
MEDIDA CONSERVADORA – A PEC 241, emenda constitucional que limita anualmente o aumento das despesas públicas ao índice de inflação do IBGE apontado para o exercício anterior representa uma medida conservadora. Um empate. Não cobra dívidas acumuladas, tampouco ressarcimentos no valor dos roubos praticados. Omissão pura e simples.
As desonerações fiscais (reportagem de Raquel LandiM, FSP deste domingo), que atingiram, em números redondos, 400 bilhões de reais nos dois últimos anos do governo Dilma Rousseff, chegaram Neste ano de 2016 à escala de 211 bilhões. E, além disso, Raquel Landim destaca existir uma previsão de outros 223 bilhões de reais para 2017.
NÃO FUNCIONOU COM DILMA – A contrapartida é a retomada da produção e um aumento de empregos. Não funcionou com a administração de Dilma, vamos ver se funciona com Michel Temer. Percebe-se, entretanto, que continua o mesmo tratamento reservado ao capital. Muito diverso do reservado ao trabalho, o que se constata com as ideias voltadas para uma anunciada reforma da Previdência Social e outra reforma para alterar dispositivos da CLT, implantada no Brasil em 1943.
Quanto à reforma do INSS, o projeto, a meu ver, deveria incluir a cobrança das dívidas das empresas que se eternizam no lençol da burocracia e da inércia. Passando, é claro, pela esfera verdejante da corrupção. Aliás, sem combater o polvo da corrupção, não há reforma que possa dar certo.
18 de outubro de 2016
Pedro do Coutto
18 de outubro de 2016
Pedro do Coutto
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