"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 29 de outubro de 2016

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EDUARDO CUNHA CONTINUA INFLUINDO NO GOVERNO MICHEL TEMER


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Charge do Nani (nanihumor.com)

















Mesmo após deixar a presidência da Câmara, ter o mandato cassado e ser preso pela Lava Jato, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) mantém pelo menos seis aliados no governo do presidente Michel Temer. Eles ocupam postos estratégicos no Palácio do Planalto e na Esplanada. Durante a semana que se encerra, como revelou a “Coluna do Estadão”, Cunha conseguiu emplacar a jornalista Flávia Morais como assessora da diretoria-geral da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC). Ela era assessora de imprensa de Cunha.
Um dos aliados do peemedebista que permanece no governo é Gustavo Vale Rocha, nomeado para comandar a Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil em maio deste ano, logo após Temer assumir interinamente. O órgão é responsável por assessorar ministros e o próprio presidente.
Vale já assumiu publicamente que foi advogado de Cunha em ações privadas. A relação rendeu a ele a indicação, pela Câmara, para o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Ele foi indicado no primeiro semestre de 2015, quando Cunha presidia a Casa.
SANDRO MABEL – Outro aliado de Cunha no Planalto é o ex-deputado Sandro Mabel (PMDB-GO). Ele não tem um cargo oficial, mas atua como “colaborador” na articulação do governo com a Câmara, principalmente com o Centrão – grupo de 13 partidos liderados por PP, PSD, PTB e PR.
Mabel se aproximou de Cunha depois da disputa pela liderança do PMDB na Câmara em 2013. Após vencer a eleição, Cunha passou a indicar peemedebistas do grupo de Mabel para os espaços a que o partido tinha direito na Casa.
Carlos Henrique Sobral, outro aliado de Cunha, foi nomeado chefe de gabinete do ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima. Sobral foi assessor especial do deputado cassado.
DA TROPA DE CHOQUE – O atual líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE), também foi escolhido por indicação de Cunha. Ele era um dos membros da chamada “tropa de choque” que atuava para barrar o processo contra o peemedebista no Conselho de Ética.
Procuradores da Lava Jato também apontaram nesta semana o ministro dos Transportes, Maurício Quintella (PR-AL), como indicação de Cunha. Em março, quando ainda ocupava cargo de deputado, ele substituiu o correligionário Vinícius Gurgel (PR) no Conselho de Ética e votou contra a cassação do peemedebista.
PLANALTO NEGA – Auxiliares de Temer negam que os nomeados sejam indicações de Cunha. Dizem que a maioria foi escolhida pelo presidente, que tinha relação anterior com eles, como com Sandro Mabel, que foi deputado na época em que o presidente também era, e Gustavo Vale, que foi advogado do PMDB quando o Temer presidia o partido.
Sobre Carlos Henrique, auxiliares argumentaram que ele já tinha sido assessor de Geddel. Dizem ainda que Flávia Morais foi indicada pela bancada do PMDB e que o ministro dos Transportes foi escolhido por Temer.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – O Planalto pode negar à vontade. Mas a matéria do Estadão  foi até piedosa, porque não revelou a relação pessoal de Cunha com o ministro da Justiça Alexandre de Moraes, que foi advogado do parlamentar cassado. Cunha também é um dos padrinhos do secretário de Imprensa, Márcio Freitas Gomes, que trabalhava no PMDB e gozava de regalias no partido, inclusive recebia generosa remuneração por prestação de serviços que não executava, pagos com recursos públicos do Fundo Partidário. Mas os afilhados de Cunha podem ficar tranquilos, por enquanto. São intocáveis, até que o parlamentar cassado celebre o acordo de delação premiada(C.N.)



29 de outubro de 2016
Igor Gadelha e Daiane Cardoso
Estadão

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