Acaba de entrar no forno o quarto ministro do governo Temer, no caso, Mendonça Filho, da Educação. A acusação é de haver recebido propina de cem mil reais para sua campanha a deputado federal, em 2014, por Pernambuco. Do jeito que as coisas vão, logo sobrará pouca gente no Ministério. A República vai sendo comida pelas beiradas, feito mingau quente. O presidente exige que peçam demissão todos os ministros flagrados em irregularidades. Ou pedem para sair ou serão saídos.
Há indícios de que o pêndulo começa a oscilar. O que parecia uma certeza transforma-se em dúvida.
Michel Temer conta com os votos de 54 senadores para permanecer no palácio do Planalto até 2018? Ou perderá a interinidade até que decorram os 180 dias desde que Dilma Rousseff foi defenestrada? Mas à presidenta afastada faltará oxigênio para continuar aspirando o retorno?
A sombra da rejeição paira sobre os dois, hipótese capaz de levar o Congresso a aprovar emenda constitucional marcando para outubro as eleições de presidente e vice-presidente da República. Com a proibição de tanto Dilma quanto Temer se candidatarem?
Nesse caso o país ficaria melhor? Depende dos candidatos e de seus partidos. Aceitar a inscrição de políticos envolvidos com a Operação Lava Jato seria pavoroso. Encontrar candidatos acima de qualquer suspeita, um risco dos diabos. Além de um salto no escuro.
Por isso se diz estar a República em perigo.
19 de junho de 2016
Carlos Chagas
Nenhum comentário:
Postar um comentário