"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 28 de maio de 2016

RENASCE UMA ESPERANÇA




Todos sabíamos que o governo PT não poderia continuar. Seus defeitos eram por demais evidentes e sua virtude – o se opor ao entreguismo do PSDB, já havia ruído com a homologação da Raposa-Serra do Sol e a "doação" dos bens da Petrobras à Bolívia e, finalmente revelou seu desamor ao País agora ao propagar no exterior que haveria um golpe em andamento. O único sustentáculo do corrupto governo que sai seria o receio do entreguismo militante dos demais postulantes ao governo aliado a quase idêntica corrupção.

Nenhum governo se aguenta com 90% de desaprovação. Chegou um momento em que o copo transbordou e algumas medidas do novo governo vieram trazer alguma esperança. A principal foi a resposta altiva aos intrometidos governos da Bolívia, Venezuela, Uruguai e a quem queira se meter nos nossos assuntos internos. Surpresa agradável, se lembrarmos de que o Presidente em exercício foi um dos propugnadores da UNASUL.

A equipe de Temer pretende ainda reavaliar os decretos assinados por Dilma de 2 de dezembro de 2015 até seu afastamento do cargo, a maior referente às demarcações de terras indígenas. Os processos ganharam celeridade nos últimos dias de Dilma na Presidência, visando inviabilizar a nova administração; só no dia 1º de abril foram 21 atos para desapropriar 56 mil hectares reservados à demarcação de terras indígenas. A atitude gerou desconforto não só entre os produtores rurais como também entre diversos parlamentares que procuraram o presidente interino para reclamar destas e de outras deliberações de Dilma.

Outra medida que surpreendeu agradavelmente foi o rebaixamento do Ministério da Cultura, demonstrando coragem de enfrentar uma classe acostumada a aproveitar-se do dinheiro público para benefício próprio. Considerando que empregar dinheiro em entretenimento não se justificaria enquanto houver carência para as necessidades da Educação, da Saúde e da Segurança nem tampouco se justificaria usar esses recursos para premiar correligionários, a medida agradou em cheio, mas a esperança durou pouco. O governo Temer já cedeu neste caso. Acovardou-se. Esperemos que seja só neste caso.

Como previsível estão sendo esmiuçados os podres do Governo anterior. Como também previsível eles se revelam bem maiores do que pareciam. Fica confirmado que era um mau governo que precisava ser alijado.

O novo Governo (por enquanto interino) certamente corrigirá muitos dos malfeitos do governo anterior, mas desperta dúvidas porquanto sinaliza prosseguir com o sistema de governo de coalizão, significando o "toma lá - dá cá", ainda que seja num ritmo menor.

Contudo, em seu favor reconhecemos que lhe restam poucas opções – governar com o apoio da opinião pública (o que ainda não conseguiu) ou governar pela força (o que mesmo que quisesse teria antes que convencer as Forças Armadas). Os laivos entreguistas de alguns de seus ministros dificultam ambas as opções.

Enquanto os derrotados procuram sabotar o novo governo sem pensar no País só nos resta dar apoio ao Temer. Não é o novo governo que está em jogo, é o nosso Brasil. Sair às ruas para dizer “Fora Temer” é fazer gol contra, assim como deixá-lo à vontade para decidir conforme o instinto camaleônico do seu partido é arriscar a desnacionalização dos recursos naturais e das indústrias que ainda restam além de dar margem ao contra ataque do mau governo anterior, que também desnacionalizava para atenuar as pressões do capital internacional.

Ainda que persistam dúvidas no grupo nacionalista quanto ao passado entreguista de alguns ministros e quanto à lisura ética de outros, todos reconhecemos que nenhum Governo anterior tomou uma dessas medidas corajosas na política externa e nenhum outro governo civil teria coragem de tomá-la.

Considerando ainda que quanto mais divididos estivermos mais vulneráveis seremos, o melhor que temos a fazer é apoiar o atual governo apesar das restrições que ainda guardamos.

A união faz a força!

Entretanto, parece impossível apoiar ao Ministro da Defesa.

Raul Jungmann, quando chefiou o Ministério do Desenvolvimento Agrário nos dois governos de FHC propiciou o maior desenvolvimento do MST assentando cerca de 600 mil famílias, mais que o dobro do número alcançado nos trinta anos anteriores.

Quando assumiu a presidência do IBAMA prejudicou ao máximo o pioneirismo a pretexto de combater à grilagem e de preservação do meio ambiente. No INCRA transferiu para o Ministério do Meio Ambiente uma área maior que a de Portugal. Em parte dessas terras, foi criada, na Amazônia, a Reserva de Tumucumaque, a maior do mundo em floresta tropical, como queriam as ONGs internacionais.

Foi um dos maiores propositores da proibição da comercialização de armas de fogo e munição no território nacional e queria acabar com a fabricação de armas.

O que podemos esperar de num individuo assim.

Que a Providência Divina ilumine a mente de nossos homens de bem, em prol da libertação desse povo brasileiro, outrora tão pleno de amor e ideais superiores.



28 de maio de 2016
Gelio Fregapani é Escritor e Coronel da Reserva do EB, atuou na área do serviço de inteligência na região Amazônica, elaborou relatórios como o do GTAM, Grupo de Trabalho da Amazônia.

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