"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 1 de abril de 2016

PF PRENDE SILVINHO E BRENO ALTMAN, MAS DELÚBIO SÓ VAI DEPOR



Delúbio, em novo visual, agora é “consultor” de empresas















A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (1º) mais uma etapa da Operação Lava Jato. São cumpridos dois mandados de prisão temporária – do empresário e dono do “Diário do Grande ABC” Ronan Maria Pinto e do ex-secretário-nacional do Partido dos Trabalhadores Silvio Pereira, conhecido como Silvinho – e dois de condução coercitiva – ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares e do jornalista e diretor editorial do site “Opera Mundi” Breno Altman.
Ronan e Silvinho estão sendo conduzidos de carro para Curitiba. Altman foi conduzido coercitivamente em Brasília.
Delúbio, que chegou à sede da Polícia Federal por volta das 8h20, teve sua pena do Mensalão perdoada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em março. O petista foi condenado a 6 anos e 8 meses de prisão, mas desde setembro do ano passado recebeu o direito à prisão domiciliar.
CALA-BOCA
O lobista Fernando Antonio Guimarães Hourneaux de Moura afirmou, em depoimento à Lava Jato, em janeiro, ter sido informado que Silvio Pereira recebia R$ 50 mil “em dinheiro vivo” como “um cala-boca”, ou seja, um dinheiro que garantiria seu silêncio a respeito de irregularidades, de duas empreiteiras sob investigação, a OAS e a UTC Engenharia.

Silvinho rumo a Curitiba
O ex-secretário-nacional do PT ficou conhecido durante a investigação do Mensalão por ter recebido um jipe Land Rover, avaliado à época em cerca de R$ 70 mil, da empresa GDK, em 2005.

Altman dirige blogs favoráveis ao governo
Em depoimento à força-tarefa da Lava Jato em outubro de 2014, o doleiro Alberto Youssef levantou a suspeita de que Breno Altman seja um dos envolvidos em uma operação para calar um chantagista que poderia fazer novas revelações sobre o caso Celso Daniel.
O jornalista Bruno Altman é amigo pessoal do ex-ministro José Dirceu e atuou como interlocutor dele e do PT em diversos momentos depois que o petista já estava condenado no mensalão.
‘CARBONO 14’
A 27ª fase, denominada de “Carbono 14”, investiga crimes de extorsão, falsidade ideológica, fraude, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro.
Ao todo, a PF cumpre 12 ordens judiciais, sendo oito mandados de busca e apreensão, dois de prisão temporária e dois de condução coercitiva. As medidas estão sendo cumpridas nos municípios paulistas de São Paulo, Carapicuíba, Osasco e Santo André. As diligências também estão sendo realizadas na empresa de ônibus controlada por Ronan, a “Expresso Nova Santo André”, e a empresa DNP eventos, em Osasco.
Segundo o Ministério Público Federal, a operação investiga um suposto esquema de lavagem de capitais de cerca de R$ 6 milhões provenientes de gestão fraudulenta no Banco Schahin, cujo rombo foi coberto depois pela Petrobras.
BUMLAI NA JOGADA
“Constatou-se que José Carlos Bumlai [empresário amigo do ex-presidente Lula] contraiu um empréstimo fraudulento junto ao Banco Schahin em outubro de 2004 no montante de R$ 12 milhões. O mútuo, na realidade, tinha por finalidade a ‘quitação’ de dívidas do Partido dos Trabalhadores (PT) e foi pago por intermédio da contratação fraudulenta da Schahin como operadora do navio-sonda Vitória 10.000, pela Petrobras, em 2009, ao custo de US$ 1,6 bilhão”, informou a Procuradoria.
Em depoimento à Lava Jato, Bumlai relatou que metade desse valor foi destinado ao PT de Santo André, onde o partido teria sido chantageado por Ronan Maria Pinto, empresário da cidade, que teria pedido R$ 6 milhões para não contar o que sabia sobre o caixa dois do diretório local e a relação desses recursos com o assassinato do então prefeito Celso Daniel (PT), ocorrida em 2002.
O empresário contou, também em depoimento, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva “decidiu indicar” seu nome para o cargo de diretor financeiro e de serviços de uma subsidiária da estatal petroleira, a BR Distribuidora, “como reconhecimento da ajuda do declarante [Cerveró]”, ou seja, por ele “ter viabilizado a contratação da Schahin como operadora da sonda”.
CASO CELSO DANIEL
Ronan, além de dono do “Diário do Grande ABC”, também é proprietário de empresas de ônibus e foi implicado no escândalo de desvio de recursos da Prefeitura de Santo André (SP) que veio à tona logo após o assassinato de Celso Daniel.
“Para fazer os recursos chegarem ao destinatário final, foi arquitetado um esquema de lavagem de capitais, envolvendo Ronan, pessoas ligadas ao Partido dos Trabalhadores e terceiros envolvidos na operacionalização da lavagem do dinheiro proveniente do crime contra o sistema financeiro nacional”, diz a nota do Ministério Público.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A operação foi denominada Carbono 14 porque envolve também investigações antigas, em tempos idos, como o assassinato do prefeito Celso Daniel. Quanto a Delúbio Soares, não tarda a ser preso, e José Genoíno pode novamente entrar, porque também se envolveram no esquema da Petrobras, conforme já explicamos aqui na Tribuna da Internet. (C.N.)

01 de abril de 2016
Deu na Folha

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