O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta quinta-feira, 17, a prisão do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, mas manteve as prisões do senador Delcídio Amaral (PT-MS) e do assessor dele, Diogo Ferreira. Os três são suspeitos de planejar a fuga do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró a fim de que ele não fizesse acordo de delação premiada.
Apesar de ter revogado a prisão de Esteves, Teori estabeleceu medidas restritivas contra ele: é obrigado a comparecer em juízo, quando necessário; precisa de autorização para se locomover; usará tornozeleira eletrônica; e está proibido de exercer qualquer atividade pública ou econômica.
A principal prova contra os três é uma gravação feita pelo filho de Cerveró, Bernardo. Numa conversa no começo do mês passado, Delcídio e Ferreira cogitam enviar Cerveró para Espanha, via Paraguai, e afirmam que Esteves daria suporte financeiro de R$ 50 mil mensais à família do ex-diretor da Petrobras. O banqueiro não participa da conversa, mas teria tido acessos a trechos da delação de Cerveró.
No começo desta semana, Delcídio comunicou a Teori que “blefou” sobre a participação de Esteves na ideia de ajudar na fuga de Cerveró. Até então, Delcídio ocupava o posto de líder do governo no Senado.
Os advogados dos acusados estavam na plateia e, depois do encerramento da sessão, evitaram comentar a frustração. A expectativa agora para que os três possam ser libertados antes do começo do recesso, no dia 18, é que possa haver uma decisão monocrática do relator da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki.
BALANÇO
Mais cedo, durou menos de dez cinco minutos a sessão extraordinária convocada pelo presidente da 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, que poderia analisar o pedido de revogação da prisão dos dois e do chefe de gabinete do senador, Diogo Ferreira.
Na sessão, Toffoli fez apenas um breve balanço das atividades da Turma e desejou Boas Festas. Participaram da sessão os ministros Gilmar Mendes, Teori Zavascki, Celso de Mello, Carmem Lucia.
A sessão extraordinária foi convocada por Toffoli antes de sessão no Plenário do Supremo, onde os ministros continuarão o julgamento da ação que trata do rito de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
18 de dezembro de 2015
Adriano Ceolin e Carla Araújo
Estadão
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