O escritor, filósofo, crítico literário italiano Umberto Eco, traduzido em mais de quarenta idiomas, autor do clássico "O Nome da Rosa", lançou outro bom romance -"Número Zero", que já é um sucesso, e deu uma interessante entrevista à Veja. Aludiu, sobre a dimensão decorrente de um seu recente comentário, onde disse que a internet dá voz a uma multidão de imbecis.
Esclareceu que não estava falando quanto ao caráter das pessoas; tratava-se das redes sociais: tem muita gente que passa a opinar a respeito de temas que não entende e isso navega como uma nuvem em tempo adverso. Enfim, sugere que é preciso filtrar, refletir e distinguir os dados. Hoje a escola deveria ter como matéria a análise sobre fontes e conteúdo na rede, essencial para os instigantes desafios desses novos tempos. Até os jornais e televisão são vítimas dessa praga resistente da má informação.
Entre as piores dessas variáveis, exploradas nas redes digitais, que inquietam milhões de pessoas e demandam perda de tempo e recursos às sociedades e aos estados, estão as tais teorias conspiratórias. Isso também foi explorado na literatura do Umberto Eco, tanto no "O Pêndulo de Foucault", como no recente "Número Zero". Ele distingue as conspirações reais das falsas. As primeiras são invariavelmente descobertas. As falsas ficam difíceis de desmenti-las e por isso se prestam à manipulação, tal qual a propaganda da falsa conspiração dos Protocolos dos Sábios de Sião contra os judeus, garimpada e abusada por Hitler. Milhões de pessoas foram enganadas e outros milhões morreram.
As teorias conspiratórias são tão antigas quanto o pensamento humano. Assim como as religiões, a sua base é a fé desmedida. As ideologias, base das teorias conspiratórias, são essencialmente variações desses entorpecentes sociais. As mais persistentes são armadas para dificultar as evidências contraditórias. Seus defensores argumentam que possíveis contraprovas apenas reforçam a teoria, pois seus conspiradores são mestres em distrair a atenção de seu real poder.
Entretanto, essas teorias são sistemas fechados de pensamento opostos à visão de um mundo dinâmico, mutável e aberto ao liberalismo. Na prática são uma forma de socialismo, onde poucos manipulam os processos econômicos e sociais para os seus próprios fins. Essa farsa complica-se diante de um mundo social complexo.
A humanidade, apesar de passar por experiências amargas, ainda tropeça em seus punhais e venenos. Para sustentar as bases de um projeto de poder é fundamental a hegemonia de um tirano e sua claque, sempre embasados por um fundo conspiratório. Os nefastos Fascismo, Nazismo hoje são apenas sombras na história, outras pragas, como o comunismo, o anarquismo e o fundamentalismo tentam sobreviver, sob novas roupagens, como o Estado Islâmico, querendo aniquilar outras etnias, impor credo, conquistar o mundo e destruir culturas.
Aqui na América Latina, o populismo, impregnado com o DNA vermelho do marxismo, hoje maquiado de socialismo, conseguiu trunfos passageiros. Porém, esse engodo não resiste a realidade e o tempo. Os tais ganhos do assistencialismo populista se perdem na fumaça. Infelizmente, essa anestesia ideológica paralisa a evolução de uma democracia. Décadas e oportunidades de melhoria são perdidas.
Países que se vacinaram contra esse mal, como a Coreia do Sul, destacando-se o eficaz projeto educacional, avançaram na democracia. Enfim, uma pátria realmente educada e consciente jamais será vítima de quaisquer tipos desses ópios do povo.
20 de novembro de 2015
Carlos Alberto da Cás
Esclareceu que não estava falando quanto ao caráter das pessoas; tratava-se das redes sociais: tem muita gente que passa a opinar a respeito de temas que não entende e isso navega como uma nuvem em tempo adverso. Enfim, sugere que é preciso filtrar, refletir e distinguir os dados. Hoje a escola deveria ter como matéria a análise sobre fontes e conteúdo na rede, essencial para os instigantes desafios desses novos tempos. Até os jornais e televisão são vítimas dessa praga resistente da má informação.
Entre as piores dessas variáveis, exploradas nas redes digitais, que inquietam milhões de pessoas e demandam perda de tempo e recursos às sociedades e aos estados, estão as tais teorias conspiratórias. Isso também foi explorado na literatura do Umberto Eco, tanto no "O Pêndulo de Foucault", como no recente "Número Zero". Ele distingue as conspirações reais das falsas. As primeiras são invariavelmente descobertas. As falsas ficam difíceis de desmenti-las e por isso se prestam à manipulação, tal qual a propaganda da falsa conspiração dos Protocolos dos Sábios de Sião contra os judeus, garimpada e abusada por Hitler. Milhões de pessoas foram enganadas e outros milhões morreram.
As teorias conspiratórias são tão antigas quanto o pensamento humano. Assim como as religiões, a sua base é a fé desmedida. As ideologias, base das teorias conspiratórias, são essencialmente variações desses entorpecentes sociais. As mais persistentes são armadas para dificultar as evidências contraditórias. Seus defensores argumentam que possíveis contraprovas apenas reforçam a teoria, pois seus conspiradores são mestres em distrair a atenção de seu real poder.
Entretanto, essas teorias são sistemas fechados de pensamento opostos à visão de um mundo dinâmico, mutável e aberto ao liberalismo. Na prática são uma forma de socialismo, onde poucos manipulam os processos econômicos e sociais para os seus próprios fins. Essa farsa complica-se diante de um mundo social complexo.
A humanidade, apesar de passar por experiências amargas, ainda tropeça em seus punhais e venenos. Para sustentar as bases de um projeto de poder é fundamental a hegemonia de um tirano e sua claque, sempre embasados por um fundo conspiratório. Os nefastos Fascismo, Nazismo hoje são apenas sombras na história, outras pragas, como o comunismo, o anarquismo e o fundamentalismo tentam sobreviver, sob novas roupagens, como o Estado Islâmico, querendo aniquilar outras etnias, impor credo, conquistar o mundo e destruir culturas.
Aqui na América Latina, o populismo, impregnado com o DNA vermelho do marxismo, hoje maquiado de socialismo, conseguiu trunfos passageiros. Porém, esse engodo não resiste a realidade e o tempo. Os tais ganhos do assistencialismo populista se perdem na fumaça. Infelizmente, essa anestesia ideológica paralisa a evolução de uma democracia. Décadas e oportunidades de melhoria são perdidas.
Países que se vacinaram contra esse mal, como a Coreia do Sul, destacando-se o eficaz projeto educacional, avançaram na democracia. Enfim, uma pátria realmente educada e consciente jamais será vítima de quaisquer tipos desses ópios do povo.
20 de novembro de 2015
Carlos Alberto da Cás
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