"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

EDUARDO CUNHA ENFRENTA SUA PIOR SEMANA DESDE O INÍCIO DA CRISE

PODEROSO PRESIDENTE DA CÂMARA PERDE O RESPEITO DOS DEPUTADOS

DESOLADO, CUNHA ASSISTE DA MESA DIRETORA A REBELIÃO DO PLENÁRIO À SUA PRESIDÊNCIA. (FOTO: ANTÔNIO CRUZ/ABR)

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), encerrou a semana enfraquecido, acusado de manobrar para impedir que o Conselho de Ética apure denúncia de contas secretas na Suíça. Ao entrar no gabinete da presidência, ele relatou que "enfrentou a pior semana" desde o início da crise, em março.

Entre seus pares, o clima é de constrangimento. O protesto de 50 deputados de diversos partidos, incluindo o PT, o coloca contra a parede. Nem mesmo conseguiu manter o sangue frio verificado durante esses mesmo. 
Cunha suava, fazia cara de paisagem, mas não disfarçava a angústia. As mãos tremiam quando suas excelências rasgaram plenário afora sobre grito de "Fora, Cunha".

O deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) considera a situação do peemedebista insustentável. 
Segundo ele, a Câmara perde credibilidade com a permanência do peemedebista. "Quando se quer investigação, não se pode deixar dúvida no caminho", afirma.

Crítico ferrenho do presidente da Câmara, o experiente deputado Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) não acredita em renúncia. Mas é categórico: "Ele (Cunha) não tem a menor condição de permanecer no comando da Câmara".

Nos corredores do salão de cor verde, a avaliação é que Cunha perde apoio de forma acelerada. A oposição o abandonou à própria sorte. Não está disposta a arcar com o ônus político de bancar apoio ao enrolado presidente da Câmara, visto com péssimos olhos pela sociedade brasileira.

Os aliados procuram ajudá-lo, ainda que de maneira acanhada. Foram escalados nesta fatídica quinta-feira (19) Hugo Motta (PMDB-PB) e André Moura (PSC-SE), que se revezavam na árdua tarefa de defendê-lo em plenário.

Cunha respira, por enquanto, com apoio do governo, sob o guarda-chuva do ministro da Casa Civil, Jaques Wagner. Orientado pelo ex-presidente Lula, Wagner cobra apoio da bancada petista - que começa a se voltar frontalmente contra as decisões palacianas em relação ao caso do peemedebista.

Cunha iniciou a semana certo de que se seguraria até abril, encerra na dúvida. Ele fica na presidência da Câmara, até a próxima denúncia. 
Uma nova leva do Ministério Público representará o fim do apoio. Se depender do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o legado Eduardo Cunha terá ponto final ainda em dezembro.


20 de novembro de 2015
Gabriel Garcia
diário do poder

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