"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O BEBÊ DA MARIAZINHA




A quem Levy tenta enganar com o tal “imposto provisório”?





















A barriga da Mariazinha começou a crescer e ela explicou ao pai: “trata-se de uma gravidez temporária”. A ilusão era de que, como havia surgido, a barriga poderia sumir, sem ter produzido as dores do parto nem  gerado um bebê de pai desconhecido.
Por coincidência na Turquia, onde se refugiou por dois dias, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a iminência de o governo decretar impostos temporários para enfrentar a crise econômica.
Mais do que o contribuinte insurgir-se diante do engodo, chama a atenção a desfaçatez com que o “imposto temporário” foi anunciado. Uma forma de enganar os trouxas, se é que alguém acreditará na mentira. Provavelmente contra o assalariado, mas sem esquecer o pequeno empresário, o novo imposto não servirá para tirar o orçamento do fundo do poço. O diabo é que uma vez estabelecido, despertará a tentação de ser seguido por outros. Nada mais fácil do que multiplicar impostos para quem detém o poder. Quanto aos resultados, importa menos. O destino do bebê da Mariazinha é ganhar um monte de irmãozinhos…
DIFÍCIL SERÁ ESCOLHER O CANDIDATO
Que o PMDB lançará candidato próprio para 2018, ninguém duvida. O diabo é saber quem. Michel Temer estará próximo dos oitenta anos. José Serra resiste à hipótese de mudar de partido, imaginando-se capaz de abater Aécio Neves e Geraldo Alckmin na esquadrilha dos tucanos. Dos seis governadores peemedebistas, não há um que desponte. No Congresso, o jejum de líderes é flagrante, exceção de Roberto Requião, pelo jeito disposto a exercer pela terceira vez o governo do Paraná.
As cartas continuam embaralhadas, mesmo depois que o Lula abriu o jogo e admitiu concorrer pelo PT. O fracasso de Dilma já contamina os companheiros e o ex-presidente o disputará com chances razoáveis.
Existem, no entanto, opções ainda embrionárias em outros arraiais. Ciro Gomes, agora no PDT, pensa longe e se prepara. No PSDB, aparece correndo por fora o senador Álvaro Dias, que nada terá a perder se abrigar-se no Partido Socialista. Afinal, sempre disporá de mais quatro anos no Senado.
Em suma, a hora não seria para ilações tão débeis quanto longínquas, mas a verdade é que ganham corpo. Até porque, na dependência dos tribunais superiores, a sucessão presidencial poderá ser antecipada. A profecia de Michel Temer continua pairando sobre o palácio do Planalto.
MINISTROS EM DEBANDADA
Dos 39 ministros, muitos há que só entraram o gabinete da  presidente  Dilma para tomar posse. Nunca mais foram convidados e até se conformaram com a quarentena.  Desde que anunciada a disposição de Madame reduzir em pelo menos dez o número de ministérios, multiplicaram-se as ausências. Até ministros que de quando em quando eram chamados, agora recomendam aos auxiliares para informar estarem fora de Brasília, no caso de alguma convocação.  Ser chamado, hoje, pode ser para receber o bilhete azul.

7 de setembro de 2015
Carlos Chagas

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