O vice-presidente Michel Temer preferiu não explicar à presidente Dilma Rousseff sua declaração de que é difícil que o governo resista mais três anos e meio com popularidade baixa.
O vice-presidente acha que, diferentemente de quando disse que o país precisava de um “reunificador”, desta vez não houve ruído em sua fala.
Em guerra com Aloizio Mercadante, o grupo do vice preferiu difundir a versão de que o titular da Casa Civil tratava de amplificar a repercussão da fala para afastar ainda mais Temer e Dilma.
REAVALIAÇÃO
Incrédulos com a declaração, ministros palacianos chegaram a questionar na quinta-feira se o autor da frase era de fato Temer.
Os bombeiros da equipe de Temer diziam que a própria presidente, quando tomou conhecimento da fala na íntegra, fez chegar ao vice a avaliação de que não viu nela um ataque à sua permanência no cargo.
Aliados do vice-presidente preparam nova artilharia contra Mercadante na reunião da coordenação política de terça-feira. A mensagem será que Dilma não tem como reverter o quadro negativo sem interlocução confiável no Congresso, o que, dizem, é dificultado pelo ministro petista.
Temer agradeceu ao ministro Edinho Silva (Secom) pela entrevista que concedeu, dizendo que a fala dele, dentro do contexto, tinha outro sentido.
Mas o contato do vice com o mundo empresarial, que irritou Dilma, segue ativo: ele almoçou com Paulo Skaf, presidente da Fiesp, na sexta-feira.
7 de setembro de 2015
Vera Magalhães
Folha
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