Quando o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, avançou para apanhar a propina de milhões de reais das mãos do empresário Ricardo Pessoa (dono da UTC Engenharia e um dos integrantes do cartel que desviou R$ 6 bilhões dos cofres da Petrobras), foi curto e grosso: “Cadê meu pixuleco?”
Tipo sinistro, orgulhoso de sua acentuada testa à Lênin, Vaccari, mesmo arrolado na faxina da Operação Lava-Jato, firmou-se como homem de confiança do ex-presidente Lula e da cúpula do PT. (Talvez por isso tenha sido contemplado com a boca rica do Conselho da Itaipu Binacional, que lhe rendia dividendos excepcionais).
O fato é o seguinte: o tesoureiro, na sua incessante tarefa de recolher o dinheiro sujo para abarrotar o saco sem fundo do PT, quem sabe por cautela, habituou-se a chamar a propina pelo nome de “pixuleco”. Foi um achado. Sem querer, o petista, ao vulgarizar o neologismo pitoresco, terminou por enriquecer o já vasto vocabulário da safadeza tupiniquim.
Pixuleco aqui, pixuleco acolá – e a cachoeira de pixulecos contagiou o cotidiano (vexatório) da nação. “Pixuleco” virou a palavra da moda, incorporada às conversas dos lares, esquinas e botequins, a estigmatizar uma era de dissolução política e miséria moral. De fato, mais do que significar a reles soma de caraminguás, “pixuleco” tornou-se sinônimo de negociata, a maneira criminosa de como empresários capciosos e partidos políticos no poder passaram a ordenhar, sem pudor, as tetas do Erário.
Na sua carga de sabedoria corrosiva, a população de imediato associou “Pixuleco” ao alegórico Lula Inflável, boneco tratado pelo senso comum como um espantalho para malhação pública nas manifestações de protesto que tomam conta do território nacional.
Em retrospecto, é preciso dizer que muito antes de surgir o termo vulgarizado por Vaccari, o vosso PT e o próprio Lula já tinham inflacionado a língua com a sonora “maracutaia”, sinônimo de fraude, tramoia, espoliação. Basta rememorar: “maracutaia” foi a moeda corrente nos dois mandatos do Dr. Lula. Por trás do sinônimo fraudulento, corria o propinoduto do “mensalão” que estabeleceu a corrupção como forma de hegemonia política e sustentação de poder. Sob o império da compra e venda do voto parlamentar – “maracutaia” típica -, o PT se deu a conhecer como a sigla política mais rica da América Latina e sua cúpula partidária – Zé Dirceu, Genuíno, Palocci, Delúbio, entre outros tantos – como a mais devastadora quadrilha organizada do continente.
Na verdade, não há novidade alguma na adoção do “pixuleco” e da “maracutaia” como prática corrente na “ação política” dos comunistas. Isso vem de longe. De fato, ao longo da trajetória comunista, o roubo, a violência e a mendacidade formam o seu imperativo categórico.
Lênin, o cínico, com sua voz de taboca rachada, gostava de afirmar que “os comunistas estão acima das leis”. Certa vez, na mira de aniquilar os mencheviques liderados pelo rival Kerensky, ensinou ao assecla Sverdlov, também assassino e assaltante, sua técnica de debate: – “Yakov, acuse-os do que você é!”
Já Marx, pai do “socialismo cientifico”, fez pacto com o Diabo no culto à violência. Velhaco recalcitrante, respondeu à bala ao credor que veio lhe cobrar débito antigo. Stalin, genocida feroz, traiu, torturou e mandou fuzilar milhares de “camaradas” com a facilidade de quem bebe um copo d’água. Mao, o “grande timoneiro” que matou mais de cem milhões de pessoas, cometeu atrocidades inimagináveis para tomar e manter o poder. Inventou até uma “revolução cultural” para massacrar os dissidentes. Já velho, virou pedófilo e ia para a cama cercado de adolescentes aos quais violentava com prazer sádico. E Fidel, quando estudante de direito, segundo o jornalista Carlos Franqui, fez nome como sicário, matando sindicalistas cubanos em troca de alguns pesos.
O fato concreto é que os comunistas fazem de tudo para manter o poder: roubam, matam e mentem com método e disciplina inexcedíveis. Entre nós, no controle do Estado, empregam o populismo extorsionário, patrocinam a violência social e manipulam as “instituições vigentes” ao sabor dos seus vis interesses.
Acredite: a única forma de expulsá-los do mando vem pela sublevação da população indignada – e lhe lá! Pois sempre há a ameaça do retorno de um “putin” qualquer.
23 de setembro de 2015
Ipojuca Pontes, ex-secretário nacional da Cultura, é cineasta, destacado documentarista do cinema nacional, jornalista, escritor, cronista e um dos grandes pensadores brasileiros de todos os tempos.
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