"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

EX-GERENTE DE INTERNACIONAL ADMITE PROPINA EM PASADENA

EDUARDO MUSA É O 1º ENVOLVIDO NA COMPRA A FALAR DA PROPINA

EDUARDO MUSA MOSTROU, EM DELAÇÃO, UMA PLANILHA DE DIVISÃO DE PROPINAS DA ÁREA INTERNACIONAL DA PETROBRAS (FOTO: RICHARD CARSON/DIVULGAÇÃO)


O ex-gerente-geral da área Internacional da Petrobrás e novo delator da Lava Jato, Eduardo Vaz Costa Musa, afirmou à Força-Tarefa da Lava Jato que a compra da refinaria de Pasadena, no Texas, foi uma das operações da estatal onde ocorreu o pagamento de propinas no esquema de corrupção da Petrobrás.

“O tema de pagamento de propina foi apresentado ao declarante por Luis Carlos Moreira; que mostrou uma planilha de divisão de propinas da área Internacional da Petrobrás e que nesta planilha estava Pasadena, Petrobrás 10.000 e Vitória 10.000 (dois navios-sonda contratados pela estatal)”, relatou o delator sem dar mais detalhes sobre como foi a propina na polêmica refinaria.

É a primeira vez que um executivo que atuou na Diretoria Internacional, área que atuou diretamente na compra da refinaria em 2006, admite propina no polêmico negócio que causou, segundo o Tribunal de Contas da União, prejuízo de US$ 792 milhões. Até então, somente o ex-diretor de Abastecimento e também delator Paulo Roberto Costa, havia mencionado a propina envolvendo o negócio. Costa afirmou, sem dar mais detalhes, que a propina neste negócio poderia ter chegado a US$ 30 milhões, e disse que recebeu US$ 1,5 milhão para “não atrapalhar” a compra.

O negócio foi aprovado pelo Conselho de Administração da estatal brasileira, à época presidido pela então ministra-chefe da Casa Civil, a hoje presidente da República Dilma Rousseff. Dilma diz que só aprovou a compra porque o conselho recebeu um resumo técnico “falho” e “incompleto” sobre a aquisição.

Navios-sonda. Das três obras que o delator citou em seu depoimento, apenas o caso de Pasadena não virou alvo de ação na Justiça no âmbito da Lava Jato.

A propina envolvendo os dois navios-sonda citados por Eduardo Musa já foi alvo de denúncia da Lava Jato que levou à condenação de 12 anos e três meses de prisão para o ex-diretor de Internacional da Petrobrás Nestor Cerveró e a 16 anos de prisão para um dos lobistas que teria operado propina para o PMDB, Fernando Antônio Falcão Soares, conhecido como Fernando Baiano. Na sentença, o juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na Justiça Federal no Paraná, afirmou que ficaram comprovados o pagamento de US$ 54 milhões em propina para Cerveró e Baiano.

Nesta mesma ação, o delator Júlio Camargo afirmou ter sido pressionado pelo presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a lhe pagar US$ 5 milhões em propina referentes aos navios-sonda. O caso deu origem a uma denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o parlamentar por corrupção e lavagem de dinheiro perante o Supremo Tribunal Federal. (AE)


23 de setembro de 2015
diário do poder

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