"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

FALTA UM JK


“Um dia, quando estávamos com o ex-presidente JK na fazenda, chegou um carro com o dono da loja de artigos agrícolas que fornecia insumos para Juscelino, dizendo que havia recebido um bilhete do “Jornal do Brasil”, e um repórter do jornal precisava falar com urgência comigo.
Juscelino, desconfiado como todo bom mineiro, comentou:
– Aposto que é alguma coisa comigo…
Como não havia telefone na região, eu e Ildeu, sabendo que devia ser alguma coisa importante, pegamos o carro dele e fomos para Luziânia. No caminho, vimos, ao longe, na estrada de terra, uma nuvem de poeira. O primeiro carro que parou era do jornal “Correio Braziliense”:
– Como foi o desastre com o Presidente?
– Que desastre? Eu perguntei, perplexo.
– Mas o Presidente não morreu em um desastre de automóvel?

– Não, – eu disse – o Presidente está na fazenda e muito bem disposto.
O repórter, que estava com mais pessoas no carro, ficou emocionado quando ouviu a notícia de que JK estava bem, não se conteve e começou a chorar, com o cotovelo apoiado no teto do carro e a mão na testa.
CARLOS MURILO
Voltamos para a fazenda, com um monte de fotógrafos e jornalistas.
Quando eu disse ao Presidente que as rádios haviam noticiado que ele tinha morrido em um desastre de automóvel, JK deu uma gargalhada:
– Eles estão querendo me matar. Sei que tem muita gente que está desejando isso. Mas não vai ser dessa vez que eles vão conseguir.
Dali a pouco, começou a chegar mais gente na fazenda. As pessoas chegavam preocupadas. Queriam apertar sua mão ou abraçá-lo, como se quisessem ter certeza de que ele estava mesmo vivo. Aos poucos, a apreensão foi dando lugar à alegria. E no final, como sempre acontecia quando Juscelino estava feliz, o dia que começara com a notícia de sua morte acabou em festa, como uma grande homenagem à sua vida”.
Dias depois JK morreu em misterioso desastre na Via Dutra, contado em “JK–Momentos Decisivos”, de Carlos Murilo Felício dos Santos, livro definitivo sobre ele. Sábado, 12, JK teria feito 113 anos. Que falta ele faz.
FOLHA
É um velho e macabro ritual na historia brasileira. Quando os presidentes da Republica estão para cair, um jornalão dá o grito em editorial na primeira pagina. E nenhum tem resistido a essas aves de mau agouro. Foi assim com Getulio, Janio, Jango, Collor.
Domingo, de alto a baixo da primeira pagina, em letras garrafais, a “Folha de S. Paulo”, tentando disfarçar mas indisfarçadamente, anunciou a derrubada de Dilma. Não diz como nem quando. Mas logo: “ÚltimaChance”

‘Não há, infelizmente, como fugir de um aumento de impostos, recorrendo-se a novas alíquotas sobre a renda dos mais privilegiados e à ampliação emergencial de taxas sobre combustíveis, por exemplo.

Serão imensas, escusado dizer, as resistências da sociedade a iniciativas desse tipo. O país, contudo, não tem escolha. À presidente Dilma Rousseff tampouco: não lhe restará, caso se dobre sob o peso da crise, senão abandonar suas responsabilidades presidenciais e, eventualmente, o cargo que ocupa”.
DILMA
Dilma tem sido um patético espetáculo de incompetência e atabalhoamento. Diz uma coisa e faz exatamente outra. As palavras bailam em sua boca como vacas bêbadas soltas no pasto. Cada uma para um lado. Finge de espertalhona e faz do governo um ridículo bate-cabeça.

O ministro da Fazenda diz uma coisa e logo o do Planejamento diz outra, porque ela mandou. O Chefe da Casa Civil já nada diz, porque também não adianta, pois ninguém acredita mesmo nele. Nem ele. Confesso não ter a menor competência para entender Dilma. Ou ela passa as noites do Alvorada tomando porres homéricos ou endoideceu de vez.
BARBOSA
A desastrada “nova matriz econômica” que jogou o Brasil no precipício em que estamos vivendo teve três importantes autores:
Dilma, que se considerava ministra da Economia; Guido Mantega cumpridor das determinações presidenciais e Nelson Barbosa secretário executivo da Fazenda de 2011 a 2013. Anteriormente foi secretário Econômico de 2007 a 2008, em seguida secretário-executivo de Política Econômica de 2008 a 2010. Foi também presidente do conselho do Banco do Brasil entre 2009 e 2013 e diretor do BNDES de 2005 a 2006.
Barbosa, como se vê, foi ativo conivente com a política econômica equivocada e um dos arautos do populismo irresponsável maquiador das contas públicas. Dilma tem no ministro do Planejamento o seu porta- voz.
Lula, Dilma, Mantega, Barbosa. Não há pais quem aguente essa gente.

16 de setembro de 2015
Sebastião Nery

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