O Estado Islâmico foi gestado pelos EUA, potências europeias e governos árabes pró-Ocidente, que financiaram combatentes para derrubar ditadores dos países árabes, principalmente Kadaffi, da Líbia, e Assad, da Síria.
A Líbia hoje está destroçada pelas bombas “inteligentes” vindas dos “drones”. A infraestrutura do país regrediu aos tempos da Idade Média. Diversos grupos armados pelos ocidentais espalham o terror contra a população, todos em busca da liderança para governar com mão de ferro.
Na Líbia, os líderes tribais lamentam a morte de Kadaffi, mas agora é tarde, ninguém fará nada por eles. Somente os poços de petróleo são preservados de qualquer interferência militar dos grupos armados, lógico, o ouro negro é fundamental para as economias das potências ocidentais.
A ONU NADA FAZ
Quanto á Síria, alvo dos EUA, dos europeus,de Israel, da Turquia e da Arábia Saudita, esse país soberano foi invadido por todas as suas fronteiras, sob os olhos complacentes da ONU, essa organização que não tem poder algum sobre os países-membros.
O governo turco viola a soberania do espaço aéreo e territorial da Síria sob qualquer pretexto, abrindo o terreno para os terroristas do Estado Islâmico, uma organização criminosa cortadora de cabeças e inimiga da antiga civilização árabe, destruidora de monumentos da maior importância para a História da Humanidade.
E OS CURDOS?
O governo da Turquia comanda o massacre contra os curdos da mesma maneira covarde implementada pelo ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. Entretanto, nenhuma palavra, nenhum ato de reprovação tanto da ONU quanto de Barak Obama. Ao contrário, o massacre de Saddam contra os curdos foi um dos motivos pelos quais Bush usou para invadir o Iraque, capturar o ditador sujo e barbudo, escondido em um buraco no deserto.
Os curdos foram um mero detalhe na equação da dominação das potências ocidentais. A invasão do Kuwait por Saddam foi a gota de água que faltava para os americanos garantirem os poços de petróleo do Iraque.
Enfim, a Primavera Árabe não passou de um triste retrato na parede, demonstrando que a liberdade é um bem inacessível para os cidadãos dos países orientais ricos em petróleo, pois o medo de perder o controle sobre o ouro negro faz com que seja mais conveniente controlar o povo através de ditaduras amigas, do que a alternativa perigosa de ver aquela commodity aumentar de preço e inviabilizar os governos ocidentais.
UTOPIA DO PRÉ-SAL
É o que vemos hoje, com o aniquilamento da Opep, uma organização perdida no tempo e no espaço. O preço do petróleo cai a cada dia e as empresas petrolíferas nunca perderam tanto dinheiro. E no Brasil la nave va despencando a utopia do pré-sal, que só é economicamente viável quando o petróleo está acima de 80 dólares o barril.
16 de setembro de 2015
Roberto Nascimento
Nenhum comentário:
Postar um comentário