"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 1 de abril de 2015

NO DESESPERO, LULA JÁ ARMA ESQUEMA PARA DAR SOBREVIDA AO PT

Preocupado com o desgaste da imagem do partido, o comando petista discute a adoção de um caminho que, na prática, poderá encobrir sua sigla, PT, nas futuras eleições. Segundo petistas, o ex-presidente Lula é um dos incentivadores da criação de uma frente inspirada no modelo uruguaio: uma grande coalização que reuniria sindicatos, associações, outros partidos, ONGs e outras entidades de movimentos sociais.

Por essa fórmula, as candidaturas seriam lançadas em nome da coalizão, não mais pelos partidos que a integram. No Uruguai, a Frente Ampla, que congrega diferentes legendas e grupos sociais, governa o país desde 2005. É composta por siglas autônomas sob o comando de uma direção unificada. 

O ex-presidente José Mujica, por exemplo, é do partido MPP. Mas sua candidatura foi lançada pela frente.


O presidente do PT, Rui Falcão, afirma que essa solução será tema de debate no 5º congresso do partido, em junho, na Bahia. Ele diz, no entanto, que a intenção não é apagar a sigla PT das disputas majoritárias, mas reanimar a discussão interna e atrair movimentos sociais.


“Vejo com simpatia a ideia de que, no bojo da reforma política, se abra espaço para a criação de um movimento que leve à experiência como a da Frente Ampla, no Uruguai, e a da Concertação, no Chile”, disse, numa alusão também à aliança que, em 1988, derrotou o ditador Augusto Pinochet.


FRENTE AMPLA


Assessor especial da Presidência e um dos conselheiros de Lula, Marco Aurélio Garcia afirma que o PT precisa discutir “uma política mais complexa” de organização partidária. “A Frente Ampla é uma das alternativas que contam com nossa simpatia. Eu e Lula já conversamos muito sobre esse sistema”, diz.


Segundo Garcia, “o momento é adequado” para isso, desde que também haja uma reflexão mais profunda sobre o partido.


Para explicar o funcionamento do sistema aos petistas, a secretaria de assuntos internacionais do PT está organizando uma palestra com um representante da Frente Ampla uruguaia.

Esse debate expressa um esforço de Lula em busca de uma saída para a crise petista, acentuada agora pela baixa popularidade de Dilma e pelas acusações contra membros do partido na Operação Lava Jato.

Embora a proposta enfrente resistência interna, a discussão de um novo modelo poderia atrair movimentos sociais em defesa do governo.


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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
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Em função do progressivo e inexorável desgaste do PT, Lula e seus seguidores já armam esse criativo ardil e argumentam que se trata de experiência bem sucedida em outros países. 
Acontece que existe uma diferença enorme. 
No Uruguai e no Chile, essas coalizões se formaram espontaneamente, por convergência de objetivos, e nenhum dos partidos participantes era personagem do maior esquema de corrupção do mundo
No caso do PT, trata-se de um partido totalmente desmoralizado e que tenta se amparar em movimentos sociais, sindicatos e ONGs, na esperança de ganhar uma sobrevida. 
Apenas isso. (C.N.)

01 de abril de 2015
Catia Seabra
Folha

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