Peemedebistas colecionam episódios “desastrados” de Joaquim Levy (Fazenda) para esticar a corda com o governo nas tratativas do ajuste fiscal. A análise de líderes da sigla é a de que Dilma Rousseff paga o preço por não ter um articulador confiável e joga holofotes em excesso sobre o ministro, sem preparo para liderar negociações políticas.
“Ele vai se desgastando a cada dia. A fala sobre Dilma não põe sua permanência em risco, mas faz barulho”, afirma um cacique do PMDB.
Outro episódio que ainda não foi digerido pelos peemedebistas, e é usado para marcar a falta de tato do ministro, é a reunião com Eduardo Paes, em que os dois se desentenderam sobre a renegociação da dívidas de Estados e municípios.
O Planalto demonstrou a aliados ter consciência de que só tem chance de protelar a regulamentação das dívidas se apresentar proposta concreta sobre tributos estaduais, como o ICMS.
“Ou surpreende ou vai perder”, diz um senador da Comissão de Assuntos Econômicos, onde Levy fala esta terça-feira.
AO TRABALHO
Aloizio Mercadante (Casa Civil) reuniu ministros na última sexta-feira para, na palavra de um deles, colocar o governo para governar. A avaliação no Planalto é a de que é necessário impor logo uma agenda, para se tornar menos refém das crises, como agora.
Ministros do núcleo político de Dilma esperam que a nomeação de Edinho Silva para Secom traga também uma trégua do PT em relação às estratégias de comunicação do Planalto.
01 de abril de 2015
Vera Magalhães
Folha
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