Oposicionista alerta para manobras dos envolvidos no escândalo do Petrolão para ocultar bens
Não há “media training” que funcione quando há uma investigação séria como a desencadeada pela Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, em março de 2014. A opinião é do líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR).O parlamentar refere-se à prisão do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, noticiada no UCHO.INFO ocorrida nos primeiros minutos desta quarta-feira (14), no Rio de Janeiro. Em maio do ano passado, o ex-diretor chegou a ser submetido pelo governo a um treinamento de comunicação, dias antes do seu depoimento à CPMI da Petrobras.
Cerveró foi preso no Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão, no Rio de Janeiro), ao desembarcar de um voo que vinha de Londres, acusado de ter feito movimentações financeiras suspeitas após ser denunciado pelo Ministério Público Federal. O ex-diretor da estatal responde a uma ação penal pelas acusações de corrupção e lavagem de dinheiro.
Entre estas movimentações, o MPF aponta haver indícios de que Cerveró continua a praticar crimes, como a ocultação do produto e proveito do crime no exterior, assim como transferência de bens (valores e imóveis) para familiares.
“Esta dissimulação é um modelo que envolvidos neste escândalo têm adotado para tentar despistar as autoridades sobre o tamanho real da fortuna que fizeram dilapidando a Petrobras. E outro detalhe: a estatal gastou um dinheirão com o Cerveró para treiná-lo em CPIs, mas isso não funciona nos tribunais”, comentou Rubens Bueno.
A atual presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, também teria recorrido à doação de imóveis a parentes após estourar o escândalo sobre a compra da refinaria de Pasadena, no Texas. A informação foi divulgada em agosto de 2014 pelo jornal “O Globo”. De acordo com o diário carioca, os bens transferidos estão localizados no estado do Rio de Janeiro.
O líder do PPS acredita que a confiança na Petrobras só será retomada com o afastamento da atual cúpula da empresa, que durante anos a fio funcionou como palco para o maior escândalo de corrupção da história nacional.
O Petrolão passou a funcionar com mais ênfase após a eclosão do fatídico Mensalão do PT, como forma de manter a chamada base de apoio ao então presidente Luiz Inácio da Silva. Diante da essência criminosa que domina a maioria do Parlamento nacional, o esquema avançou no governo de Dilma Rousseff, que fechou os olhos para o esquema.
“O que a presidente da República tem de fazer é afastar toda a diretoria e adotar medidas efetivas para responder aos brasileiros e ao mundo que estão assistindo a um derretimento da Petrobras promovido pelas mãos de bandidos”, acrescentou o deputado.
14 de janeiro de 2015
ucho.info
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