Risco de empreiteiros abrirem o bico a jato e CPI dos Fundos de Previdência abalam poder de Dilma
14 de janeiro de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
Na balada do mau exemplo da Petrobras, que atrasa a publicação do balanço trimestral por causa dos escândalos de corrupção, os gestores do fundo Petros até hoje não publicaram o Relatório de Atividades de Outubro/2014. As informações estão paralisadas em setembro/2014. Por causa dos déficits nos maiores fundos do País, que podem colocar em risco o futuro de aposentados e pensionistas, os deputados Eduardo Cunha (PMDB) e Júlio Delgado (PSB), que disputam a presidência da Câmara pelo lado da oposição ao Palácio do Planalto, têm argumentos sólidos, ganhando ou perdendo, para mobilizar seus grupos e pedir a abertura de uma CPI dos Fundos Previdenciários.
Motivos concretos para abrir a CPI não faltam. A campanha de mobilização pela CPI dos Fundos de Previdência, na internet, define alguns objetos para apuração rigorosa: a) Sistema de indicação de Diretores; b) Sistema de escolha de Conselheiros e dos Presidentes de Conselhos; c) Sistema de investimentos, para que existam garantias e punição. d) Indícios de corrupção e maus investimentos com baixíssimo ou zero de retorno; e) Contas de Dirigentes no exterior; f) Envolvimento de Dirigentes dos Fundos com Doleiros, como na Operação Lava Jato e no Mensalão dos Correios; g) Envolvimento dos investimentos com doações para campanhas eleitorais; h) Repasse das Estatais para os Fundos de Previdências; i) Contribuições extras, pagas por participantes ativos e assistidos; j) Investimentos em imóveis, etc.
A partir de fevereiro, junto com a nova legislatura que vislumbra uma nova CPI da Petrobras, é altamente provável e esperado que processos da Operação Lava Jato recaiam sobre fortes evidências de corrupção e gestão temerária nas relações perigosas entre políticos, empresas estatais, fundos de pensão e grandes empreiteiras em dificuldades e com dirigentes doidos para partir para delações premiadas. Uma devassa nos contratos e termos aditivos nas sociedades de Propósito Específico, hoje grandes caixas pretas para fugir de fiscalizações públicas, vão revelar um capimunismo brasileiro ainda mais corrupto que o constatado até agora. Contratados pela Petrobras, por força da PriceWaterhouseCoopers, os escritórios de advocacia Trench, Rossi e Watanabe Advogados e Gibson, Dunn & Crutcher LLP deviam cuidar, atentamente, das SPEs.
Reportagem dominical de O Globo, citando auditorias do Tribunal de Contas da União, revelou que a Petrobras criou, desde 2005, pelo menos 24 SPEs - em tese, empresas independentes da estatal, porém dependentes das decisões dela e de seus recursos bilionários. Chama atenção o volume de investimentos previstos nestes empreendimentos: US$ 21,9 bilhões (ou R$ 59 bilhões de reais). O Alerta Total já cansou de publicar, há anos, denúncias comprovadas de pelo menos uma das mais desastradas SPEs: a Gemini - que não resiste a uma primária auditoria. A falta de transparência é a grande falha deste modelo de negócio.
Também torna-se cada vez mais escandalosa a estranha omissão dos nomes de dezenas (seriam 61?) políticos denunciados nas "colaborações premiadas" de Paulo Roberto Costa, Alberto Yousseff e de outros empresários menos badalados pelo noticiário alarmado. Têm acesso à lista negra o juiz Sérgio Moro, o procurador-geral Rodrigo Janot e o ministro do STF Teori Zavascki (relator da Lava Jato para casos de foro privilegiado em ações criminais). A revista Veja revelou que o empresário Ricardo Ribeiro Pessoa, que seria o coordenador do "clube" de empreiteiras, também tem os nomes dos ilustres indiciáveis.
O engenheiro baiano Pessoa, da UTC Engenharia, sempre se vangloriou de ser amigo do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pessoa sempre fez questão de divulgar, publicamente, que conversava regularmente com Lula, até acabar preso no final do ano passado, pela Polícia Federal. Qualquer idiota pergunta: o que o denunciado coordenador do cartel de empreiteiras flagradas na Lava Jato tanto tratava com Lula? Será que ambos nunca falaram de nada sobre contratos bilionários da Petrobras em troca do pagamento de propinas para os políticos?
A Veja garante que obteve um manuscrito de seis folhas, produzido por Pessoa, Claramente estabelecendo uma ligação entre os contratos sob suspeita assinados entre as empreiteiras e a Petrobras e o caixa de campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff. O texto vazado representa um recado dos empreiteiros contrariados por serem os bodes expiatórios da complexa rede de corrupção. Pessoa citou nominalmente o tesoureiro do comitê de Dilma Rousseff, o deputado petista Edinho Silva (SP):
"Edinho Silva está preocupadíssimo. Todas as empreiteiras acusadas de esquema criminoso da Operação Lava-Jato doaram para a campanha de Dilma". Arremata com outra pergunta desafiadora, referindo-se ainda ao caixa do comitê eleitoral da presidente: "Será se (sic) falarão sobre vinculação campanha x obras da Petrobras?".
Pessoa afirma que o volume de dinheiro desviado na diretoria de Paulo Roberto Costa é "fichinha" perto de outros negócios da Petrobras que também teriam servido à coleta de propina. Pessoa estranha que tenham sido processadas até agora pelo Ministério Público Federal apenas seis das 16 empreiteiras que fizeram negócios bilionários com a Petrobras.
No texto, Pessoa provoca: "Os onze presos vivem se perguntando. Estamos aqui por quê? Para delatar, para confessar ou para... Que que é isso, companheiro?".
Quem viu?
Quem bagunçou
Doença da Vaca Louca
Pré-carnavalesca
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
14 de janeiro de 2015
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