"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

O MAIS PREMIADO CHARGISTA BRASILEIRO JAMAIS DESENHARIA MAOMÉ

           

“Não tenho por que desenhar Maomé nu”, diz Latuff

Lembrado principalmente por seu ativismo político e simpatia pela causa muçulmana, principalmente pela Palestina, o cartunista brasileiro Carlos Latuff nunca escondeu ser contrário às publicações da revista ‘Charlie Hebdo’ sobre Maomé.

“Não acho que essas charges deveriam ser proibidas. Mas o artista deve usar o bom senso”, pondera o mais premiado cartunista brasileiro. “Não trabalharia no Charlie. Não tenho por que fazer desenhos de Maomé sem roupa.”
Ao traçar um paralelo entre o trab
alho satírico na imprensa francesa e na brasileira, Latuff explica que a revista parisiense claramente provoca os fiéis, enquanto no Brasil, segundo ele, os cartunistas estão mais preocupados em fazer graça do que crítica.

EXECUÇÃO SUMÁRIA

Apesar de ser crítico à abordagem da revista parisiense, Latuff afirma jamais ter imaginado que a repercussão das charges tomaria proporções terroristas e afetaria o mundo inteiro.
“Fui e continuo sendo contra as charges de Maomé, mas não posso aceitar a execução sumária de quem quer que seja por causa de suas opiniões”, diz.

O ataque dessa quarta não foi o primeiro ataque sofrido pela revista ‘Charlie Hebdo’. Em 2011, o veículo havia sido alvo de um ataque com bomba após publicar edição sobre a religião islâmica. À época, o editor-chefe do veículo, Stéphane Charbonnier, o Charb, um dos 12 mortos no ataque, passou a sofrer ameaças de morte e desde então andava sob escolta policial. Além de Charb, os chargistas Georges Wolinski, Jean Cabut, conhecido como Cabu, e Tignous também foram mortos no ataque.

“Creio que soubessem o vespeiro onde estavam se metendo, mas não esperavam uma reação dessa proporção”, diz o brasileiro.

09 de janeiro de 2015
Amanda Campos
iG Notícias

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