Redes de ensino, na corrida pelo melhor IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), estão pressionando seus professores a deixarem de dar o conteúdo de outras disciplinas que não sejam português e matemática e usar o tempo para fazer recuperação ou treinar seus estudantes em simulados de português e matemática. A ordem é direta, em alguns casos, dada por coordenadores pedagógicos aos professores.
Em uma delas, a nota que o aluno tira em português e matemática vale também para as demais disciplinas omitidas, e é simplesmente repetida. A fraude mereceria apuração pelo Ministério Público pelo grave dano ao direito de aprender das crianças e mostra como as políticas dos reformadores empresariais que, em tese, são propostas para garantir tal direito, terminam por roubá-lo quando implementadas nas escolas.
Alunos e professores são ranqueados e festas comemoram os vitoriosos. Empresas de consultoria orientam estas redes.
ESTREITAMENTO DO CURRÍCULO
É a maior evidência relatada do chamado estreitamento curricular produzido pelo uso intensivo de exames. Um verdadeiro vale tudo. O IDEB das redes, em alguns casos, é alto às custas da má formação das crianças nas demais disciplinas.
Os professores precisam se organizar para fazer a denúncia destas situações. A dificuldade em algumas delas é que os professores são contratados pela CLT, não têm estabilidade e podem facilmente ser demitidos se discordarem das medidas, não as implementarem ou até mesmo se as denunciarem.
Esta é uma das razões pelas quais os professores precisam ter estabilidade no emprego. E é por isso também que os reformadores empresariais não gostam da estabilidade.
(artigo enviado por Antonio Rocha)
31 de janeiro de 2015
Luiz Carlos de Freitas
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