Abre-se domingo a nova Legislatura, renovada diante de uma pauta que, dependendo da sorte, desmentirá o vaticínio do saudoso dr. Ulysses, de que pior do que o atual Congresso, só o próximo.
A disputa pelas presidências da Câmara e do Senado empolga as atenções, apesar do favoritismo do deputado Eduardo Cunha e do senador Renan Calheiros.
Tão importante quanto essas duas escolhas está sendo a expectativa da divulgação da lista de parlamentares e políticos contra os quais o procurador-geral da República pedirá a abertura de investigações ou, mesmo, denunciará, como implicados no escândalo da Petrobras.
Existem rumores de que tanto Renan quanto Cunha integram a relação de suspeitos, mas como Rodrigo Janot até agora não liberou os nomes dos implicados, os dois vão insistir na pretensão de dirigir as casas do Congresso. O apoio da maioria dos deputados e senadores, caso concretizado, servirá para tornar menos difíceis suas defesas.
Além de prováveis e prolongadas batalhas judiciais envolvendo os acusados de participação na lambança verificada na maior empresa nacional, haverá o desdobramento na forma de uma CPI mista que certamente será formada.
Não deixará de ser inusitada a suposta convocação dos presidentes da Câmara e do Senado, se forem eleitos, mas essa é uma hipótese a depender da divulgação da lista, prevista para fevereiro.
JOGO POLÍTICO
Insere-se no rol dos trabalhos importantes do Congresso, este ano, mais uma tentativa de discussão e votação da reforma política, tarefa que há vinte anos vem sendo anunciada mas jamais concretizada. O grande obstáculo está nos interesses de seus próprios artífices, os parlamentares.
Afinal, eles tem sido eleitos conforme as defasadas e anacrônicas regras do jogo político e eleitoral vigente. Alterá-las seria um risco para a reeleição de quase todos. Mesmo assim, tem sido tão grande o clamor nacional pela reforma política que se tornará ao menos possível votar alguns itens. A proibição de doações das empresas públicas e privadas nas campanhas eleitorais abre a fila das dificuldades.
Novos e velhos deputados e senadores estão chegando a Brasília para a sessão inaugural, no domingo. Como sempre, trazem bons propósitos e grandes esperanças, que os próximos quatro anos serão capazes de desfazer. Mesmo assim, quem sabe?
31 de janeiro de 2015
in Carlos Chagas
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