Em 2007, quando o Brasil ostentava índices de crescimento confortáveis e admirados pela comunidade internacional, desenvolvidos incluídos, o então presidente Lula, assombrado pela avalanche do mensalão, decidiu realizar uma manobra de diversionismo político e, atuando no psicossocial, influenciou decisivamente, junto às entidades responsáveis, para que o país fosse escolhido como sede de um megaevento, a copa do mundo, hoje apontado ironicamente como um dos responsáveis pelo ingresso do Brasil no que os economistas, obedecendo a determinados critérios macroeconômicos, denominam recessão técnica.
Em 2008, o mundo foi sacudido pela crise financeira mundial que, segundo o ex-presidente, teria por aqui o efeito de uma "marolinha".
Assim, visando a atender o seu projeto de poder, o governo do PT, através da sua equipe econômica, não tomou as medidas necessárias, algumas talvez amargas, para enfrentar a convulsão que atingia a economia global e manteve sua ênfase no desenvolvimento baseado no consumo e na facilidade de crédito, apesar das advertências de vários acadêmicos e observadores sobre a fragilidade de tal caminho, eminentemente demagógico, num ambiente planetário incerto que, de certa forma, ainda vigora.
Hoje presenciamos o triste espetáculo do encolhimento da economia, com perda de confiança por parte de investidores, num momento conturbado da vida política, com o país às vésperas de eleições, o que faz prever o provável aparecimento de uma retumbante herança maldita, face aos resultados recentes das pesquisas de intenção de votos.
O que se vê também é um Ministro da Fazenda tentando se agarrar ao último bastião de otimismo, os índices de desemprego, agora confusos e incertos, afirmando que se deve aguardar a divulgação de outros dados para configurar a realidade de uma recessão.
Atitude patética, pois o máximo que esses novos números revelarão, não passará de flutuações que pouco ou quase nada alterarão o quadro.Seria mais patriótico se Sr. Mantega parasse de fazer papel de arauto de um delírio e passasse a assumir o fracasso da política econômica do governo, preparando o país para a contingência de o seu sucessor não pertencer à situação.
Se pertencer, só nos resta rezar...
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.
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