"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

SE PERTENCER, SÓ NOS RESTA ORAR



Em 2007, quando o Brasil ostentava índices de crescimento confortáveis e admirados pela comunidade internacional, desenvolvidos incluídos, o então presidente Lula, assombrado pela avalanche do mensalão, decidiu realizar uma manobra de diversionismo político e, atuando no psicossocial, influenciou decisivamente, junto às entidades responsáveis, para que o país fosse escolhido como sede de um megaevento, a copa do mundo,  hoje apontado ironicamente  como um dos responsáveis pelo ingresso do Brasil no que os economistas, obedecendo a determinados critérios macroeconômicos, denominam recessão técnica. 

Em 2008, o mundo foi  sacudido pela crise financeira mundial que, segundo o ex-presidente, teria por aqui o efeito de uma "marolinha". 

Assim, visando a atender o seu projeto de poder, o governo do PT, através da sua equipe econômica, não tomou as medidas necessárias, algumas talvez amargas, para enfrentar a convulsão que atingia a economia global e manteve sua ênfase no desenvolvimento baseado no consumo e na facilidade de crédito, apesar das advertências de vários acadêmicos e observadores sobre a fragilidade de tal caminho, eminentemente demagógico, num ambiente planetário incerto que, de certa forma, ainda vigora. 

Hoje presenciamos o triste espetáculo do encolhimento da economia, com perda de confiança por parte de investidores, num momento conturbado da vida política, com o país às  vésperas de eleições, o que faz prever o provável aparecimento de uma retumbante herança maldita, face aos resultados recentes das pesquisas de intenção de votos. 

O que se vê também é um Ministro da Fazenda tentando se agarrar ao último bastião de otimismo, os índices de desemprego, agora confusos e incertos, afirmando que se deve aguardar a divulgação de outros dados para configurar a realidade de uma recessão. 

Atitude patética, pois o máximo que esses novos números revelarão, não passará de flutuações que pouco ou quase nada alterarão o quadro.Seria mais patriótico se Sr. Mantega parasse de fazer papel de arauto de um delírio e passasse a assumir o fracasso da política econômica do governo, preparando o país para a contingência de o seu sucessor não pertencer à situação. 

Se pertencer, só nos resta rezar... 

02 de setembro de 2014
Paulo Roberto Gotaç é Capitão de Mar e Guerra, reformado.

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