O procurador-geral eleitoral, Rodrigo Janot, abriu nesta sexta (29) investigação para apurar irregularidades no uso do jato Cessna pelo ex-governador Eduardo Campos e pela atual candidata à Presidência pelo PSB, Marina Silva. A depender do tipo de irregularidade que possa ser encontrada, as contas da campanha do PSB podem ser rejeitadas pela Justiça. No limite, isso poderia levar até mesmo à cassação de um eventual diploma no caso de Marina Silva vencer a eleição.
Desde o acidente do dia 13, quando o avião caiu em Santos (SP) e morreram Campos e outras seis pessoas, a propriedade da aeronave é alvo de investigações da polícia. O jato era usado pela campanha de Campos desde maio. Uma das hipóteses investigadas pela Polícia Federal é a de o avião ter sido comprado com recursos de caixa dois de empresários ou do PSB.
Empresas-fantasmas ou sem capacidade financeira foram usadas para pagar o jato. A lista de depósitos e pagadores foi entregue à PF pelos antigos donos do avião, Alexandre e Fabrício Andrade, do grupo A.F. Andrade, de Ribeirão Preto (SP). Em depoimento à PF, eles contaram que a aeronave foi comprada por três empresários de Pernambuco: João Carlos Lyra Pessoa de Mello Filho, Apolo Santana Vieira e Eduardo Ventola. Os pagamentos foram feitos por meio de 16 depósitos bancários, em nome de seis empresas ou pessoas diferentes, no total de R$ 1,71 milhão.
O "Jornal Nacional" mostrou que, entre as empresas, estão a peixaria Geovane Pescados, a RM Construtora e a Câmara & Vasconcelos, cuja sede é uma sala vazia. Além do valor pago à A.F. Andrade, os empresários assumiram dívida de cerca de R$ 16 milhões com a fabricante do avião.
(Folha de São Paulo)
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