"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

SACANDO A DESCOBERTO





Lá fora, com responsabilidade, os governos vão conseguindo deixar o pior para trás. Aqui, com desleixo e incompetência, a situação da economia fica cada dia mais feia
 
O governo federal fez ontem uma ampla reestimativa de receitas e despesas do Orçamento da União que deixa claro o total estado de descontrole das contas públicas do país. Previsões furadas e desempenhos pífios se sucedem, enquanto o estoque de mágicas petista parece não ter fim. A conta do improviso fica para o cidadão pagar.

Para fechar as contas, o governo recorreu a novas manobras. Sacou recursos do fundo soberano, cortou despesas obrigatórias e vai sangrar um pouco mais o caixa das estatais. Está entrando menos dinheiro no caixa porque a economia não cresce como a equipe econômica previra no início do ano.
 
A expansão do PIB foi cortada de 1,8% para 0,9%, ainda assim bastante irrealista - na média, as previsões de mercado sugerem que não passaremos de 0,3% neste ano. No início do ano, a previsão oficial era de alta de 2,5% para a nossa economia - como não é novidade para ninguém, estava superfaturada.

Para segurar os rombos, o governo avança onde dá, e também onde não deveria dar. Uma das vítimas é o fundo soberano, criado em 2008 para ser usado em momentos de crise econômica. Até agora, porém, ele só foi usado mesmo para socorrer as crises do governo petista.
O primeiro saque no fundo, de R$ 12,4 bilhões, ocorreu em 2012, dentro das famigeradas manobras da contabilidade criativa usada para fechar as contas daquele ano. Agora, com a nova retirada, "o governo zerou o saldo do fundo", informa o Valor Econômico.
Há também o risco de despesas antes previstas para este ano, como subsídios às tarifas de energia e para a agricultura, estarem sendo postergadas para o próximo, deixando mais uma bomba-relógio armada no colo do sucessor de Dilma. Nem assim, a meta de superávit fiscal para este ano - de 1,9% do PIB - deverá ser cumprida.
A arrecadação está em queda - 0,2% nos sete primeiros meses do ano - e até as receitas previstas com a renegociação de tributos em débito deverão se frustrar. Ou seja, a capacidade de o contribuinte continuar pagando tributos escorchantes exauriu.
O governo também avança sobre o caixa das estatais. Os dividendos pagos pelas empresas ao Tesouro deverão chegar a R$ 25,4 bilhões neste ano. Trata-se de alta de quase 50% sobre os R$ 17,1 bilhões pagos em 2013. Galinhas dos ovos de ouro, como Caixa, Petrobras e BNDES, vão sendo sacrificadas, uma a uma.


Com tudo isso, Dilma Rousseff ainda tem a pachorra de dar entrevistas em série sustentando que o problema do Brasil são os outros, ou seja, uma ilusória crise internacional. Lá fora, com responsabilidade, os governos vão conseguindo deixar o pior para trás. Aqui, com desleixo e incompetência, a situação fica cada dia mais feia. É o governo do PT sacando o futuro do país a descoberto.
 25 de setembro de 2014
Instituto Teotônio Vilela

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