CONTRA OS LADRÕES DO PT, EU VOTO AÉCIO
Os Estados Unidos iniciaram na noite de segunda-feira (22) os anunciados ataques aéreos contra a milícia radical Estado Islâmico.
A iniciativa, levada a cabo em território sírio, conta com o apoio de aliados da região, como Arábia Saudita, Jordânia, Bahrein e Qatar, mas não com o consentimento do Conselho de Segurança da ONU e a anuência de Damasco.
A Casa Branca justifica sua decisão com base numa interpretação tortuosa do princípio de autodefesa. Embora a facção não represente ameaça aos EUA neste momento, ela aterroriza o Iraque, país que solicitou ajuda para se proteger.
O presidente Barack Obama afirma ainda que outro grupo extremista, o Khorasan, com atuação na Síria e ligado à Al Qaeda, estaria prestes a promover atentados contra alvos norte-americanos.
Eleito com a promessa de pôr fim às guerras do Iraque e do Afeganistão, Obama deu o primeiro passo para o que poderá se transformar em mais um longo conflito no Oriente Médio. Os ataques, segundo porta-vozes do Pentágono, devem se estender por anos.
O presidente afirmou que se atém aos limites de sua nova política externa, que prevê bombardeios e lançamento de mísseis, mas prescinde do envio de tropas. No caso, estas seriam "terceirizadas", com o treinamento de rebeldes sírios.
Ainda assim, em depoimento ao Senado dos EUA, o general Martin Dempsey disse que, a depender das circunstâncias, o Pentágono recomendará a participação de forças terrestres no combate.
Como o ex-secretário de Estado Henry Kissinger escreveu a respeito da recente crise na Ucrânia, a principal questão política não é saber como uma guerra se inicia, mas como ela termina.
O raciocínio se aplica à invasão do Iraque, que começou em 2003 por iniciativa unilateral do então presidente George W. Bush --embrulhada na promessa fantasiosa de que se instauraria no país uma democracia à moda ocidental.
A batalha contra Saddam Hussein, como se sabe, transformou-se num atoleiro para os EUA e seus aliados. O surgimento do Estado Islâmico e de milícias similares é fruto daquele equívoco.
Diante de um inimigo imprevisível e difícil de ser enfrentado, é grande o grau de incerteza quanto aos desdobramentos dos ataques. O que se acenava no discurso de Barack Obama como o fim de uma era intervencionista já coincide, na prática, com o início de outra.
25 de setembro de 2014
Editorial Folha de SP
Os Estados Unidos iniciaram na noite de segunda-feira (22) os anunciados ataques aéreos contra a milícia radical Estado Islâmico.
A iniciativa, levada a cabo em território sírio, conta com o apoio de aliados da região, como Arábia Saudita, Jordânia, Bahrein e Qatar, mas não com o consentimento do Conselho de Segurança da ONU e a anuência de Damasco.
A Casa Branca justifica sua decisão com base numa interpretação tortuosa do princípio de autodefesa. Embora a facção não represente ameaça aos EUA neste momento, ela aterroriza o Iraque, país que solicitou ajuda para se proteger.
O presidente Barack Obama afirma ainda que outro grupo extremista, o Khorasan, com atuação na Síria e ligado à Al Qaeda, estaria prestes a promover atentados contra alvos norte-americanos.
Eleito com a promessa de pôr fim às guerras do Iraque e do Afeganistão, Obama deu o primeiro passo para o que poderá se transformar em mais um longo conflito no Oriente Médio. Os ataques, segundo porta-vozes do Pentágono, devem se estender por anos.
O presidente afirmou que se atém aos limites de sua nova política externa, que prevê bombardeios e lançamento de mísseis, mas prescinde do envio de tropas. No caso, estas seriam "terceirizadas", com o treinamento de rebeldes sírios.
Ainda assim, em depoimento ao Senado dos EUA, o general Martin Dempsey disse que, a depender das circunstâncias, o Pentágono recomendará a participação de forças terrestres no combate.
Como o ex-secretário de Estado Henry Kissinger escreveu a respeito da recente crise na Ucrânia, a principal questão política não é saber como uma guerra se inicia, mas como ela termina.
O raciocínio se aplica à invasão do Iraque, que começou em 2003 por iniciativa unilateral do então presidente George W. Bush --embrulhada na promessa fantasiosa de que se instauraria no país uma democracia à moda ocidental.
A batalha contra Saddam Hussein, como se sabe, transformou-se num atoleiro para os EUA e seus aliados. O surgimento do Estado Islâmico e de milícias similares é fruto daquele equívoco.
Diante de um inimigo imprevisível e difícil de ser enfrentado, é grande o grau de incerteza quanto aos desdobramentos dos ataques. O que se acenava no discurso de Barack Obama como o fim de uma era intervencionista já coincide, na prática, com o início de outra.
25 de setembro de 2014
Editorial Folha de SP
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