"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

BRANCOS E NULOS VÃO DECIDIR SEGUNDO TURNO ENTRE DILMA E MARINA

CONTRA A DEMOLIÇÃO DAS INSTITUIÇÕES, EU VOTO AÉCIO  45

       


A capacidade que as duas principais candidatas tiverem no segundo turno para arrebatar para si os eleitores hoje dispostos a anular o voto ou votar em branco deve se constituir no fator essencial capaz de definir qual será a candidata vitoriosa nas urnas de 26 de outubro. Se Dilma Rousseff ou Marina Silva.

Reportagem de Valdo Cruz e Ranier Bragon, publicada na Folha de São Paulo edição de 22, indica esse rumo, analisando-se objetivamente os números de pesquisa do Datafolha nos quais se basearam. Também na segunda-feira passada, a FSP publicou importante entrevista que Natuza Nery e Marina Dias realizaram com João Paulo Capobianco, apresentado como o principal assessor de Marina Silva, a respeito da estrutura política de  um seu possível governo. Mas vamos por etapas.

Valdo Cruz e Ranier Bragon basearam-se nos números da mais recente pesquisa do Datafolha, publicada sexta-feira, e na projeção sobre qual seria, no turno final, o destino dos votos de Aécio Neves no confronto marcado para o próximo dia 5. Vamos recapitular os dados básicos para que as projeções fiquem nitidamente expostas. O Datafolha apontou 37 para Dilma, 30 para Marina, 17% das intenções de voto para Aécio Neves. A pergunta então teve base na hipótese até agora mais viável: como se dividiria a votação de Aécio no segundo turno?
 
DIVISÃO DOS VOTOS DE AÉCIO

O Datafolha acentua que 59% (dos 17%) iriam para Marina Silva e que 22% rumariam para Dilma Rousseff. A fração de 19% (dos 17 pontos) tende a votar em branco ou anular o voto, evidentemente caso o candidato não se classifique para a final. No momento são 13% os que têm intenção de anular ou votar branco. Vale acentuar que os demais oito concorrentes, em seu conjunto, somam apenas 3%.

Com base na projeção das transferências, o panorama tornar-se-ia o seguinte: 1) Dilma Rousseff acrescentaria 3,5 pontos aos 37  que hoje alcança, passando assim a 40,5%. 2) Marina Silva acrescentaria 10,5 pontos aos 30 que atualmente alcança, atingindo também, creio  eu, a mesma percentagem de 40,5. Os nulos e brancos, hoje registrando 13%, somando-se 3,3 (19% de 17), se traduziriam em torno de 16%. Dentro deste esquema, sujeito a mudanças na arrancada final, o empate seria decidido pela capacidade que Dilma Rousseff e Marina tiverem de penetrar mais fortemente nos eleitores indecisos e também junto àqueles ainda não motivados por qualquer das duas alternativas restantes. Vamos aguardar para ver.

Passando ao segundo tema, entrevista de João Paulo Capobianco  a Natuza Nery e Marina Dias, o principal assessor da ex-ministra do Meio-Ambiente, dá uma cartada na busca de motivar quadros partidários representados no Congresso Nacional e que também estarão disputando votos este ano. Afirmou convictamente que um possível governo Marina não fará com o Parlamento o tradicional jogo do toma lá dá cá. Nada disso. A meta política é valorizar os representantes dos partidos na Câmara e no Senado e não supervalorizar os líderes das legendas.

Capobianco destacou: “Existe hoje a hipervalorização dos líderes dos partidos e a interlocução do governo é feita exclusivamente com eles. Eles não controlam suas bases, mas vendem uma liderança caríssima. É patético. É preciso recuperar a interlocução com o Congresso. Ministérios precisam estar abertos aos deputados e senadores. Qualquer parlamentar – acrescentou – quer realizar. Se o governo tem uma agenda positiva, porque não haveria o alinhamento?”

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