PELA DEMOCRACIA, EU VOTO AÉCIO 45
O Parlamento não é um mercado persa que funciona no grito individual e no voluntarismo de cada um” (coluna de Anselmo Gois em “O Globo”, 18.9.2014).
Nesse trecho todo só há uma verdade: a parte em que ela se refere a que o Congresso não funciona no grito individual. Celina: por isso existe o “baixo clero”, exatamente quem não grita e, caladinho, faz o que lhe dá na telha.
Não seria mal nenhum se os nossos grandes cientistas políticos deixassem seus gabinetes e viessem a conviver com a realidade da relação Executivo/Legislativo/Judiciário. Acho que teriam síncope atrás de síncope. Nada tem a ver o que escrevem, sonhadores e visionários que são, com a dura realidade desta Brasília em transe.
Celina, Colégio de Líderes existiu – se existiu — há muito tempo atrás; disciplina partidária é palavrão que nem mais frequenta a bancada do PT. Cada presidente convoca-os se quer e para examinar “abobrinhas”, isto é, projetos de que ninguém discorda. Isso na Câmara; no Senado, nunca houve.
Os líderes lideram quando executam exatamente o que querem seus “liderados”, ou seja, quando são porta-vozes fiéis de todo tipo de corporativismo, de pouca-vergonha na relação, sobretudo, com o Executivo. Deixa pra lá, você entende de livros. Não conhece a realidade.
O FAZENDEIRO
A realidade, essa é conhecida de um fazendeiro de São Paulo, que tem hectares e hectares, gado e mais gado no Pantanal do Mato Grosso do Sul, na região entre as grandes distâncias que separam Corumbá, Poconé e sei-lá-que-fim-de-mundo daquele fim de mundo velho sem porteira.
Um dia, deu nele um estalo, e resolveu de seu próprio bolso construir uma escola para as crianças de sua fazenda e das fazendas ao redor (todas só alcançáveis por trator ou avião e, assim mesmo, fora da época das chuvas).
Ali ele construiu salas de aula, dormitórios, salas multimídia com computadores, com projetor de cinema, com espaço para bailinhos de fim de semana, comida farta e bem servida, campinho de futebol, bicicletas e cavalos para a meninada, abnegadas professoras e diretora, todas com o mesmíssimo espírito que movia minhas professoras, naquele tempo em que ensino público no Brasil era elitista, mas qualificado.
(Por que será que basta universalizar algo – saúde ou escola, ou assistência social, ou acesso a cargo de representação ou de mando na esfera pública – e tudo cai de qualidade imediatamente?!).
A Prefeitura de Corumbá cedeu os professores. Depois entrou também com a merenda escolar, que o dono da fazenda melhorou com três bois sacrificados por mês e muita fruta e verdura. Não dá para acreditar. “Escola das Águas da Fazenda Santa Mônica.”
Se eu ainda tivesse 30 anos, iria para lá.
Não seria mal nenhum se os nossos grandes cientistas políticos deixassem seus gabinetes e viessem a conviver com a realidade da relação Executivo/Legislativo/Judiciário. Acho que teriam síncope atrás de síncope. Nada tem a ver o que escrevem, sonhadores e visionários que são, com a dura realidade desta Brasília em transe.
Celina, Colégio de Líderes existiu – se existiu — há muito tempo atrás; disciplina partidária é palavrão que nem mais frequenta a bancada do PT. Cada presidente convoca-os se quer e para examinar “abobrinhas”, isto é, projetos de que ninguém discorda. Isso na Câmara; no Senado, nunca houve.
Os líderes lideram quando executam exatamente o que querem seus “liderados”, ou seja, quando são porta-vozes fiéis de todo tipo de corporativismo, de pouca-vergonha na relação, sobretudo, com o Executivo. Deixa pra lá, você entende de livros. Não conhece a realidade.
O FAZENDEIRO
A realidade, essa é conhecida de um fazendeiro de São Paulo, que tem hectares e hectares, gado e mais gado no Pantanal do Mato Grosso do Sul, na região entre as grandes distâncias que separam Corumbá, Poconé e sei-lá-que-fim-de-mundo daquele fim de mundo velho sem porteira.
Um dia, deu nele um estalo, e resolveu de seu próprio bolso construir uma escola para as crianças de sua fazenda e das fazendas ao redor (todas só alcançáveis por trator ou avião e, assim mesmo, fora da época das chuvas).
Ali ele construiu salas de aula, dormitórios, salas multimídia com computadores, com projetor de cinema, com espaço para bailinhos de fim de semana, comida farta e bem servida, campinho de futebol, bicicletas e cavalos para a meninada, abnegadas professoras e diretora, todas com o mesmíssimo espírito que movia minhas professoras, naquele tempo em que ensino público no Brasil era elitista, mas qualificado.
(Por que será que basta universalizar algo – saúde ou escola, ou assistência social, ou acesso a cargo de representação ou de mando na esfera pública – e tudo cai de qualidade imediatamente?!).
A Prefeitura de Corumbá cedeu os professores. Depois entrou também com a merenda escolar, que o dono da fazenda melhorou com três bois sacrificados por mês e muita fruta e verdura. Não dá para acreditar. “Escola das Águas da Fazenda Santa Mônica.”
Se eu ainda tivesse 30 anos, iria para lá.
25 de setembro de 2014
Sandra Starling
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