Millôr Fernandes |
Os novos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa preocupam o comando da campanha de Dilma Rousseff e fizeram o Planalto convocar hoje uma reunião de emergência. O ex-diretor de Abastecimento e Refino da estatal cita o nome de, pelo menos, 61 parlamentares, seis governadores e um ministro de Estado.
Informações da Polícia Federal revelam que Paulo Roberto começou a apresentar nomes de políticos após prestar depoimentos considerados insatisfatórios pelos investigadores no início desta semana.
As primeiras declarações não traziam novidades às investigações. As citações reveladas pelo delator no interrogatório são gravadas em vídeos que servem de base para a PF avançar na apuração da Operação Lava-Jato, deflagrada em 17 de março, que prendeu o doleiro Alberto Youssef e mais 13 pessoas. À polícia, Paulo Roberto contou que políticos recebiam 3% de comissão sobre o valor de cada contrato da Petrobras firmado durante a gestão do ex-diretor na estatal.
RENAN E O POSTALIS
O número de políticos envolvidos nas fraudes ainda deve aumentar até o fim dos testemunhos do delator. Entre os citados, de acordo com o jornal Estado de S.Paulo, está o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ele seria um dos beneficiários das propinas. Segundo a reportagem publicada ontem no portal de notícias, um dos negócios que envolvem Renan é um acerto com o doleiro para que o fundo de pensão dos Correios — o Postalis — comprasse R$ 50 milhões emitidos da Marsans Viagens e Turismo, que tinha Alberto Youssef como um dos investidores. Renan e Youssef teriam se encontrado em Brasília para acertar a comissão do PMDB dias antes de a operação ser deflagrada.
Procurado pela reportagem, Calheiros não atendeu aos telefonemas.Além do PMDB, o PT, o PP, o PTB e o PR são mencionados como envolvidos na lavagem de dinheiro. Esta não é a primeira vez que as legendas aparecem nas investigações da Polícia Federal. Ao ser deflagrada, a Lava-Jato revelou o envolvimento dos deputados federais André Vargas (sem partido-PR) , Luiz Argôlo (SDD-BA), Mário Negromonte (PP-BA), Aline Corrêa (PP-SP), Arthur Lira (PP-AL), João Pizzolati (PP-SC) e Nelson Meurer (PP-PR) com o doleiro. O ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) também foi citado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário