"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 6 de setembro de 2014

COMPARAR MARINA A COLLOR É SINAL DE DESESPERO

         

 
O crescimento nas pesquisas de intenção de voto da candidata do PSB, Marina Silva, fez aumentar nos QGs tucano e petista a comparação da ex-senadora com o ex-presidente Fernando Collor.
Está cada vez mais comum, em conversas com integrantes das campanhas, ouvir que Marina “é um salto no escuro” ou que “na última vez que o Brasil elegeu um presidente que criticava a política, deu no que deu”. Os interlocutores citam nominalmente Collor e falam que uma eventual vitória da candidata repetirá a história.

Por trás dessa teoria, está a tese de que, se eleita, Marina enfrentará uma crise de governabilidade já que é “sectária” e que não aceita governar com as “velhas raposas” da política, como Sarneys, Renans e etc, que deram sustentação aos governos tucanos e petistas.

É verdade que Marina ainda não conseguiu explicar como vai formar maioria para governar. O discurso de que contará com os melhores quadros de PT e PSDB não é suficiente. Quem conhece o qualitativo do Congresso brasileiro sabe que é improvável que ela chegue a algum lugar com esses “poucos e bons”.

FARÁ CONCESSÕES

Marina terá de fazer política com o Congresso que for eleito, com o Congresso de plantão. Senão, não governará. Mais provável que aceite fazer concessões, decepcionando eleitores “sonháticos”, do que tope encarar uma crise de governabilidade.

Assim como os demais candidatos são suscetíveis a críticas, podemos questionar Marina em uma série de questões: do recente vai e vem de seu programa à superficialidade de algumas propostas; do radicalismo do discurso político à religiosidade.
Mas Marina tem uma biografia, anos de exercício político e uma equipe razoável. Portanto, não é, nem de longe, comparável ao candidato de 1989.
Compará-la a Collor só mostra uma coisa: o desespero está cada vez maior nas campanhas petista e tucana.

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