"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 10 de agosto de 2014

COMO ERA EM CUBA...



No começo da revolução cubana, ainda na década de 1950, todos era instados a denunciar aqueles que agiam contra os interesses da revolução.

Eram taxados de traidores, de maus cidadãos e, por isso, mereciam ser denunciados pelos próprios vizinhos.

Ai você me pergunta, porque estou me referindo a Cuba?

Hoje estava ouvindo a Band News (depois vi que a CBN e a Globo News também deram destaques) e o assunto era a entrada em vigor da multa para patrões que não registrarem seus empregados domésticos.

Até um senador foi entrevistado,  Romero Jucá (o probo) e a sub-procuradora geral do trabalho justificavam a necessidade de denuncia por parte de vizinhos ou outros que 'soubessem' de trabalho doméstico sem registro.

Não me dediquei a pesquisar, mas temos 'disk denuncia' demais para um país que se intitula livre e cultivador do estado democrático de direito.

Não que não existam casos em que o cidadão deve comunicar a uma autoridade fatos de que tenha notícia e que configurem CRIME.

Não é excluir a denuncia (ela já é parte do mundo jurídico) é evitar o denuncismo. A denuncia pela denuncia acaba por colocar irmão contra irmão. Inimigos podem se aproveitar para vendetas. A denuncia fora dos casos do código penal e que visem suprir a ineficiência da máquina estatal só serve para subjugar, ainda mais, uma sociedade impotente, fragilizada e a mercê de ditadores e ditaduras, que sob o manto da defesa de minorias mutila o bem maior da nacionalidade.

No filme "O Homem Bicentenário" uma frase me marcou: "Uma coisa pela qual se mata e se morre deve ser muito valiosa." 

Foi com esta frase que o robô "Isto" traduziu a sua vontade de experimentar a liberdade.

Nós, Brasil, que ainda nem experimentamos a plenitude da liberdade estamos deixando que ela escorra por entre nossos dedos, entregando-a, de mão beijada, a inescrupulosos oportunistas travestidos de salvadores da pátria.

Você acha que o cubano nasceu subjugado?

O cubano era altivo, trabalhador, e dono do seu próprio destino, até que ...

Assim éramos nós, até que ...

10 de agosto de 2014
Jorge Sarkis é Advogado

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