Se junho e julho já são naturalmente meses de festejo, férias e de menos trabalho, neste ano serão especialmente carregados de feriados gerais.
Se a seleção brasileira chegar às finais da Copa do Mundo, além da parada de ontem em São Paulo, haverá ao menos mais seis nas cidades que sediarão as partidas. No restante do País, servidores públicos e funcionários do setor privado devem ser liberados ao meio-dia ou ao menos três horas antes dos jogos, a depender do que for deliberado pelas autoridades locais ou, mesmo, pela direção das empresas. Cidades-sede de outros jogos da Copa, como Porto Alegre, Salvador e Recife, decretaram ponto facultativo nesses dias. No Rio, os dias com jogos no Maracanã serão feriado.
E qual será o impacto desse calendário atípico deste meião de ano sobre a atividade econômica do Brasil, que já não vinha bem das pernas?
"Os trabalhadores serão menos produtivos", adverte Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Para ele, o setor de turismo de negócios em São Paulo será fortemente prejudicado: "Ninguém marcou convenções, congressos, nem reuniões ou viagens profissionais nesse período de Copa".
Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria, pensa diferentemente. Para ela, a quebra de atividade econômica não deverá ser relevante. "Já enfrentamos uma conjuntura enfraquecida e de competitividade em baixa. Isso é mais relevante do que qualquer efeito marginal que a Copa possa produzir."
O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Azevedo, também acredita que os impactos serão meramente episódicos. "As perdas em horas trabalhadas têm influência pequena no atual cenário de perda de confiança", diz. Do lado positivo, haverá ligeiro aumento na demanda por bebidas, vestuário e itens de ornamentação: "Esse movimento já foi captado". Azevedo acrescenta que, apesar dos estragos no turismo de negócios, os setores a hotelaria e as atividades de entretenimento, como bares e restaurantes, também deverão ser beneficiados.
Fernando Fix, economista-chefe da Votorantim Wealth Management, calcula que os turistas estrangeiros devem deixar R$ 8,6 bilhões, o equivalente a 0,17% do PIB. "É um resultado macroeconômico de baixo alcance comparado com as dimensões da economia brasileira", afirma.
Os efeitos positivos a serem gerados pelo turismo, no entanto, ficaram aquém do esperado, argumenta Fernando de Holanda Barbosa Filho: "O impulso de demanda não se concretizou como se imaginava, da mesma forma como ocorreu na Olimpíada de Londres". As expectativas do setor hoteleiro, por exemplo, ficaram frustradas.
Mais relevante, para Fix, são os efeitos psicológicos provocados pela perda de confiança que aparentemente foi potencializada pela disseminação da percepção de que houve inversão de prioridades na utilização de verbas públicas: "Os atrasos e os estouros nos orçamentos das obras dos estádios e da infraestrutura podem ter contribuído em parte para essa perda de confiança", afirma.
Se a seleção brasileira chegar às finais da Copa do Mundo, além da parada de ontem em São Paulo, haverá ao menos mais seis nas cidades que sediarão as partidas. No restante do País, servidores públicos e funcionários do setor privado devem ser liberados ao meio-dia ou ao menos três horas antes dos jogos, a depender do que for deliberado pelas autoridades locais ou, mesmo, pela direção das empresas. Cidades-sede de outros jogos da Copa, como Porto Alegre, Salvador e Recife, decretaram ponto facultativo nesses dias. No Rio, os dias com jogos no Maracanã serão feriado.
E qual será o impacto desse calendário atípico deste meião de ano sobre a atividade econômica do Brasil, que já não vinha bem das pernas?
"Os trabalhadores serão menos produtivos", adverte Fernando de Holanda Barbosa Filho, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV). Para ele, o setor de turismo de negócios em São Paulo será fortemente prejudicado: "Ninguém marcou convenções, congressos, nem reuniões ou viagens profissionais nesse período de Copa".
Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria, pensa diferentemente. Para ela, a quebra de atividade econômica não deverá ser relevante. "Já enfrentamos uma conjuntura enfraquecida e de competitividade em baixa. Isso é mais relevante do que qualquer efeito marginal que a Copa possa produzir."
O vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Azevedo, também acredita que os impactos serão meramente episódicos. "As perdas em horas trabalhadas têm influência pequena no atual cenário de perda de confiança", diz. Do lado positivo, haverá ligeiro aumento na demanda por bebidas, vestuário e itens de ornamentação: "Esse movimento já foi captado". Azevedo acrescenta que, apesar dos estragos no turismo de negócios, os setores a hotelaria e as atividades de entretenimento, como bares e restaurantes, também deverão ser beneficiados.
Fernando Fix, economista-chefe da Votorantim Wealth Management, calcula que os turistas estrangeiros devem deixar R$ 8,6 bilhões, o equivalente a 0,17% do PIB. "É um resultado macroeconômico de baixo alcance comparado com as dimensões da economia brasileira", afirma.
Os efeitos positivos a serem gerados pelo turismo, no entanto, ficaram aquém do esperado, argumenta Fernando de Holanda Barbosa Filho: "O impulso de demanda não se concretizou como se imaginava, da mesma forma como ocorreu na Olimpíada de Londres". As expectativas do setor hoteleiro, por exemplo, ficaram frustradas.
Mais relevante, para Fix, são os efeitos psicológicos provocados pela perda de confiança que aparentemente foi potencializada pela disseminação da percepção de que houve inversão de prioridades na utilização de verbas públicas: "Os atrasos e os estouros nos orçamentos das obras dos estádios e da infraestrutura podem ter contribuído em parte para essa perda de confiança", afirma.
16 de junho de 2014
Celso Ming, O Estadão
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