Os juros cobrados de consumidores e empresas sobem sem parar há 12 meses, mostrou nesta segunda-feira levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).
Segundo o estudo, a taxa média para pessoa física subiu de 5,96% ao mês em abril para 5,98% em maio, a maior desde agosto de 2012.
Ao ano, os juros médios para os consumidores já atingem 100,76%.
Segundo o estudo, a taxa média para pessoa física subiu de 5,96% ao mês em abril para 5,98% em maio, a maior desde agosto de 2012.
Ao ano, os juros médios para os consumidores já atingem 100,76%.
Das seis linhas de crédito para pessoa física pesquisadas, a que registrou maior aumento nas taxas foi a do financiamento de automóveis.
Os juros anuais do crédito direto ao consumidor (CDC) para compra de veículos subiu de 23,58% em abril para 23,87% em maio.
Em segundo lugar ficaram as taxas cobradas no comércio, que avançaram de 71,15% para 71,94% ao ano no mês passado.
Já o cheque especial, conhecido por seus juros salgados, cresceu sua taxa anual de 156,90% para 158,04%, enquanto os juros do empréstimo pessoal oferecido pelos bancos aumentou de 49,36% para 49,54%. A mesma modalidade disponibilizada pelas financeiras teve avanço menor, embora seu patamar seja muito maior: de 132,39% ao ano em abril para 132,65% em maio.
O cartão de crédito, cujos juros já são os maiores de todos, foi o único segmento que manteve estáveis suas taxas em maio, a 232,12% ao ano.
Quanto aos juros cobrados das pessoas jurídicas, eles aumentaram nas três linhas pesquisadas pela Anefac. A taxa anual média cresceu de 49,19% em abril para 49,54% no mês passado.
SOBE MAIS QUE A SELIC
Miguel de Oliveira, economistas responsável pelo estudo, disse em comunicado que as elevações aconteceram por causa da piora no cenário econômico e pela expectativa de que o Banco Central pudesse elevar novamente a taxa básica de juros, a Selic, na reunião da semana passada — o que não aconteceu.
Ele observou que bancos e financeiras têm elevado suas taxas em ritmo mais acelerado que o do crescimento da Selic. Enquanto o BC subiu os juros básicos em 3,75 pontos percentuais entre março de 2013 e maio deste ano, para 11%, a taxa média para pessoa física cresceu 12,79 pontos percentuais no período, de 87,97% para 100,76% ao ano.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A escalada dos juros demonstra quem realmente manda no país. O governo dos trabalhadores não teve peito para exigir dos banqueiros um comportamento mais humano, digamos assim. O economista francês Thomas Piketty, que faz sucesso com o novo “
Capital” deveria analisar esse fenômeno brasileiro – os juros tipo jaboticaba, que só existem aqui. (C.N.)
Deu em O Globo
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